12.17.2008

Sonho lunar

andamos pelo mundo
experimentando a morte
dos brancos cabelos das palavras
atravessamos a vida com o nome do medo
e o consolo dalgum vinho que nos sustém
a urgência de escrever
não se sabe para quem

o fogo a seiva das plantas eivada de astros
a vida policopiada e distribuída assim
através da língua... gratuitamente
o amargo sabor deste país contaminado
as manchas de tinta na boca ferida dos tigres de papel

enquanto durmo à velocidade dos pipelines
esboço cromos para uma colecção de sonhos lunares
e ao acordar... a incoerente cidade odeia
quem deveria amar

o tempo escoa-se na música silente deste mar
ah meu amigo... como invejo essa tarde de fogo
em que apetecia morrer e voltar

Al Berto

2 comentários:

Sandrine disse...

Tenho mesmo que voltar a ler Al Berto! Vai ter mesmo que ser!!!

Jokinhas quentes :D
s

[Ariana Aragão] disse...

"o tempo escoa-se na música silente deste mar"

Assíduos do shaker

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