4.30.2010

Tiananmen – The forbidden memory

Actualmente quase não vejo televisão. Tento não perder um ou dois programas que acompanho regularmente e, do pouco que vejo, é quase sempre na RTP 2 [apesar de ter televisão por cabo]. Troquei-a por cinema, livros, revistas, jornais e DVD's que posso ver e rever quando quiser. Gosto, no entanto [cada vez mais raramente é certo] de ser surpreendido por um programa que me cative e prenda a atenção, que me faça pensar e questionar [gosto sobretudo de programas assim, caso contrário considero-os uma manifesta perda de tempo]. Ontem, foi o caso. Fui literalmente “agarrado” por uma reportagem soberba [que infelizmente não apanhei de inicio] sobre o massacre de Tiananmen, que já ocorreu há 20 anos e que percorria transversalmente a sociedade chinesa e as várias gerações, tocando em temas tão delicados com o medo, a coragem e o apagar da memória. Muito muito muito bom! A Televisão devia ser [mesmo que não todos os dias] mais vezes assim.

4.29.2010

Então?

Foi um "então?" lento e demorado. Daqueles inocentes mas profundamente genuínos, que não se esperam, que não se podem quebrar com nenhuma palavra. Que antes se apertam, em silêncio contra o peito, adiando a resposta na dança do seu som. Daqueles que apetece tirar a roupa e entrar. Esticar, esticar ao limite, dissipando o carinho morno e sedoso por todo o corpo. Daqueles que nos abraçam com os dois braços, num eco espraiado na pele. Foi um "então?" enrrolado em muitas coisas, nuns breves segundos: ondas de mar, sotaque de anjo mau, criança atenta, gato, suspiro, música, varanda com nevoeiro, nuvem a viajar ao vento, sorriso, poema. Tudo isso nessa simples pergunta: tão simples, tão lenta, tão tua.


In my songs


El bosque sería muy triste si sólo cantaran los pájaros que mejor lo hacen

R. Tagore

4.28.2010

Poema musicado


[ Eu faço samba e amor até mais tarde
e tenho muito sono de manhã ]


Música e letra de Chico Buarque

4.27.2010

Sonhos

O verão deixa-me os olhos mais lentos sobre os livros.
As tardes vão-se repetindo no terraço, onde as palavras
são pequenos lugares de memória. Estou divorciada dos
outros pelo tempo destas entrelinhas - longe de casa,
tenho sonhos que não conto a ninguém, viro devagar

a primeira página: em fevereiro, eles ainda faziam amor
à sexta-feira. De manhã, ela torrava pão e espremia
laranjas numa cozinha fria. Havia mais toalhas para lavar
ao domingo, cabelos curtos colados teimosamente ao espelho.
Às vezes, chovia e ambos liam o jornal, dentro do carro,
antes de se despedirem. As vezes, repartiam sofregamente
a infância, postais antigos, o silêncio - nada

aconteceu entretanto. Regresso, pois, à primeira linha,
à verdade que remexe entre as minhas mãos. Talvez os olhos
estivessem apenas desatentos sobre o livro; talvez as histórias
se repitam mesmo, como as tardes passadas no terraço, longe
de casa. Aqui tenho sonhos que não conto a ninguém.

Maria do Rosário Pedreira

4.26.2010

Brilhos de silêncio

A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silêncio.


Miguel Sousa Tavares

4.25.2010

Budapest


by Billy Collins

Igual não... parecido

O meu primeiro carro foi um destes: velhinho, velhinho. velhinho, mas devidamente restaurado e pintado com uma cor viva, quente e alegre. Ainda hoje tenho saudades dele: das viagens de capota aberta, óculos escuros e vento no cabelo, das parvoíces do trio vocal habitué [de pé, no banco de trás, a cantar o "nós somos Duarte e Companhia", de conduzir de pés descalços e dos bancos cheios de areia das toalhas de praia espalhadas, da valente amolgadela no capô por um dos tais habitués se ter achado super elegante para se sentar por lá, de me esquecer de pôr gasolina por parecer nunca se gastar, do abrigo mais quentinho de sempre [molhado até aos ossos] à saída da primeira e última festa da espuma a que compareci, e de tantas outras histórias que ficaram tatuadas e gravadas na memória. Ainda hoje viro o olhar quando vejo passar um igual. Igual, quer dizer... parecido.

4.24.2010

Para dar sorte ao Aimar e Saviola


Gotan Project, La Gloria


Mais um álbum soberbo, com concertos à porta em Lisboa e no Porto.

Escritor é...


Pedro Paixão

Almoço caseiro de boas vindas ao sol


1. Carpaccio de salmão fumado com rúcula e farripas de queijo

2. Manga transparente suspirada com sumo de maracujá e pimenta

3. Wraps de salada russa suavemente resfriada

4. Mix de salada com molho de vinagre balsâmico e ervas aromáticas

5. Vinho branco estupidamente gelado

4.23.2010

Dia mundial do Livro

A minha singela e modesta homenagem ao que considero ser "o objecto" dos objectos.


* Paul Newman, Jude Law, Grace Kelly, Marlin Monroe, Alfred Hitchcock and Catherine Deneuve

João

João. Chamo-me João. Podem chamar-me assim, se quiserem. Não me importo. A maioria de voz não me conhece nem nunca me conhecerá para além do meu nome. Mas o que mostra um nome? Quase nada! Uma sonoridade, talvez, ou um simples mover de lábios que nos dirige o olhar, mas que não deixa de ser absurdo pelo que nada diz, e que, no entanto, se sente não poder ser outro, por hábito ou afeição. João, o nome que me calhou, que me esconde e me revela. Um nome sempre esconde e revela uma pessoa, é uma espécie de cartão de visita e livro fechado ao mesmo tempo, um atalho que só se descobre verdadeiramente sem pressa e com anos de caminho. O mundo ficou estranho e apressado, os nomes também. Tenho-me perguntado porquê. Lembro-me de tantas coisas, de tantos nomes. Nomes lentos que conheci verdadeiramente, onde nadei despido e onde depositei na mão a chave do meu próprio nome. João. Chego a lembrar-me de coisas que me esqueci. Coisas e nomes, que de repente, deixamos de ver. João, é o meu nome. Um nome que nada diz. Enquanto estiver por aqui podem chamar-me assim. Se eu soubesse o fim do meu nome, poderia contar-vos a história toda. Assim é apenas um nome. Mas um nome nunca é apenas um nome, pois não? Já não sei! Nunca percebi muito de nomes e agora apetece-me apenas fechar os olhos, assim, com muita força. Há nomes com muita força, mas isso também não interessa nada. Agora já sabem, chamo-me João. Apenas João.


Texto elaborado a partir de algumas frases
dum texto de Pedro Paixão [assinaladas a italico]
Dedicado ao meu avô, também ele João.
Alguém de quem nunca esqueci o nome.

4.22.2010

Desiderata

Segue tranquilamente entre a inquietude e a pressa,
lembrando-te de que há sempre paz no silêncio.
Tanto quanto possível, sem te humilhares,
vive em harmonia com todos os que te rodeiam.
Fala a tua verdade calma e claramente e ouve a dos outros,
mesmo a dos insensatos e ignorantes,
eles também têm sua própria história.
Evita as pessoas agressivas e transtornadas.
Elas afligem o nosso espírito.
Se te comparares com os outros,
podes tornar-te presunçoso e magoado,
pois haverá sempre alguém inferior, e alguém superior a ti.
Vive intensamente o que já podes realizar.
Mantém-te interessado no trabalho,
ainda que humilde, Ele é o que de real existe
ao longo de todo o tempo.
Sê cauteloso nos negócios,
porque o mundo está cheio de astúcias,
mas não deixes que isso te faça desacreditar, a virtude existirá sempre.
Muita gente luta por altos ideais
e em toda a parte a vida está cheia de heroísmo.
Sê tu mesmo,
Principalmente, não simules afectos,
nem sejas descrente do amor,
porque mesmo diante de tanta aridez e desencanto
ele é tão perene quanto a relva.
Aceita com carinho o conselho dos anos,
mas também sê compreensivo
aos impulsos inovadores da juventude.
Alimenta a força do espírito
que te protegerá no infortúnio inesperado,
mas não desesperes com perigos imaginários.
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão,
e a despeito de uma disciplina rigorosa,
Sê gentil para contigo mesmo.
Tu és filho do Universo,
tal como as estrelas e árvores.
Tu mereces estar aqui.
E embora não seja claro para ti, o universo está a desenrolar-se naturalmente.
Portanto, procura estar em paz com Deus
como quer que tu o concebas.
E quaisquer que sejam teus trabalhos e as aspirações,
na fatigante jornada pela vida,
mantém-te em paz com a tua própria alma,
Acima da falsidade, dos desencantos e arduras,
O mundo ainda é bonito.
Sê prudente e faz tudo para ser feliz!

Max Ehrmann


Obrigado M., ás vezes precisamos de ouvir estas coisas.

4.21.2010

Still waiting for the witch

Só me faltava agora também o senhor queque, pseudo-brazonado, a chatear-me o juízo por ter rasgado o seu lindo, magnífico, esplendoroso e caríssimo casaco de pele de antílope Façonnable no andaime dos trolhas. Meu caro senhor, é com o maior prazer que lhe dou o contacto do líder trolha, mas deixe-me que lhe diga que me quer parecer que nesta selva os antílopes também deviam saltar e não ter falta de vista. Passar bem!

No rules, great scotch

Meu caro Jamie Oliver, é verdade que gosto muito de si, mas devo dizer-lhe que começo a ficar seriamente rendido a esta deusa* culinária com apelido de "great scotch"

* Nigella Lawson

4.19.2010

Jardim de anémonas


Hoje oscilam imagens difusas dentro de mim. Espalhadas por um sopro quente do suez, sem nome nem idade, percorrendo o corpo soltas, à deriva. Imagens ténues e esbatidas, tentando assentar. Aparições do sangue e da alma, viajando livres numa corrente sanguínea, num novelo enrrolado na lividez do deserto. Imagens com passos de lã, descalças, encontrando outras e dando as suas mãos, ganhando um breve sentido, numa escassa nitidez momentânea - breves segundos, infinitos nos ecos. Imagens trazidas dum tempo alado: desconhecido ou esquecido, talvez um tempo que ainda não existiu mas que se sente já nosso sem saber porquê. Imagens rebentando em ondas de maré, que sempre levam o que trazem, mas que sempre deixam a areia da pele molhada num vasto jardim de cactos e anémonas: a crescer, a crescer, a dançar, ondulando, ligadas por um silêncio suave que nos sussurra ao ouvido. Hoje oscilam imagens dentro de mim, acendem e apagam, agarram e largam nas suas ventosas macias. Escutam, arrepiam e dizem coisas, muitas coisas, mesmo escorregadias, mesmo fugidias.

4.17.2010

Dia bem passado

Levantar cedo [acordado pelos homens das obras a horas pornograficamente impróprias]. Pirar-me logo de seguida. Troca do jogging habitual por uma sessão intensíssima de gym [apenas por causa da chuva, pois não sou grande fã de ginásios]. Banhoca demorada e revigorante. Roupa descontraída para tempo entretanto solarengo. Programa com a mãmã [um bocadinho em baixo e a precisar de ser animada]. Almoço lento e confortável, exposição e concerto comentado na Gulbenkian [na minha modesta opinião, a sala de espectáculos mais bonita de Lisboa, com vista para o lago e jardim por detrás do palco] e ainda tempo para comprar quatro estampas lindas de morrer pelas quais me apaixonei de imediato e que provavelmente terei de puxar pela imaginação para onde as colocar. Orquestra sinfónica e jazz em três actos, Gershwin e Duke Ellington com Mário Laginha. Sala cheia, público de todas as idades, alegria e boa disposição. Regresso a casa. Dia muito bem passado.

4.16.2010

You are my Babel



Massive Attack, Babel

Chegado a casa, despojou o casaco, atirado ao acaso, desapertou a camisa e colocou a música alto a tocar. Preparou uma bebida forte e amarga, que lhe anestesiasse um pouco os sentidos demasiado despertos e sentou-se ali, no sossego do escuro, iluminado apenas pelas luzes da cidade, num quadro vivo em movimento. A cada trago lento, um pensamento escorrido, dançando ao ritmo dum torpor na pele. Palavras? Nem uma, apenas uma língua estranha mas familiar: Say it was your babel; Say it was my babel; It was my babel; Tell all people...

4.15.2010

Estoril Open 2010

Alguma alma caridosa não arranja, por mero acaso, uns bilhetinhos para o Estoril Open, aqui ao menino? É que, este ano, o meu "fornecedor" habitual, de longa data, não consegue de todo arranjar.

Gotas de mel

Ontem pensei
no meu amor por ti.
Recordei
as gotas de mel nos teus lábios
e lambi o açúcar
das paredes da minha memória.

Nizar Kabanni

4.14.2010

Dream on


Aos quatro anos
tive o meu primeiro sonho.

Vi um prato com maçãs
escondido na sombra
sob o alçado do aparador
e devagar a luz tocou-o
e era um prato azul
cheio de maçãs vermelhas.

Fiquei acordada a pensar naquilo
que eu não sabia que se chamava sonho
revelou-se-me uma verdade
sobre a cor e a luz
mas sobretudo perturbou-me a beleza
daquele prato azul com maças encarnadas
ali aceso na noite
para meu único e secreto prazer.

De manhã contei à mãe vi um prato com maçãs
e ela foi um sonho e abraçou-me com força.

Porque ela me envolveu no seu perfume cor-de-rosa
tive a certeza que sonhar era bom.

Desde os quatro anos e para sempre
as maçãs e o sonho
e o perfume omnipresente da mãe.

Rosa Lobato Faria

4.13.2010

Das duas uma

Mais duas fases finais de processos de recrutamento [morosos, exigentes e desgastantes] com desenlace agendado para esta semana, após entrevista final com administrador e directora comercial, respectivamente. Primeiro processo: 50% de probabilidades de ser o escolhido, segundo: 25%, pelo que se não for desta [e após 3 anteriores processos gorados, na praia, nas mesmíssimas condições] emigro ou vou definitivamente à bruxa. Tenho dito. Passar bem.

4.12.2010

Músicas perfeitas


The Cinematic Orchestra, To Build a Home


Gosto de músicas que me causam arrepios, que dançam por dentro, mesmo que quietos por fora, que nos olham fixas, no fundo, ou nos fecham as pálpebras com a lentidão de um beijo. Músicas que nos iluminam com o sol de mil sorrisos e nos oferendam todas as rugas, cantos e covinhas. Músicas que nos estendem a mão, que nos abraçam, forte e demorado, músicas que nos tocam e descansam junto a nós. Músicas que perduram, músicas perfeitas.

4.11.2010

Sweet memory


Tindersticks, Sweet memory

[ Watching the days go by isn't half the fun it used to be
When I could reach out from inside the folds of your skin
Watching the sun rush by isn't as half as good now it's all silent around here
Over the memory - the folds of your skin ]

4.06.2010

Escrever

- Escrever não é falar
- Não? Qual é a diferença?
- É exactamente o oposto. Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer.

Anos mais tarde, já estava doente, voltei a lembrar-me desta nossa conversa. Tinha acabado de te escrever uma carta - mais uma, talvez a terceira - que nunca te cheguei a mandar e que destruí depois. E, escrevendo, poupei as coisas que gostaria de te ter dito e que gostaria que tivesses ouvido. Cheguei quase a convencer-me de que bastava escrever-te para tu me ouvires mesmo que nunca tenha chegado a pôr a carta no correio. Porque era tão sentido e tão magoado, tão distante, o que te dizia nessas cartas, que quase acreditei que tu não podias deixar de me ouvir.

Miguel Sousa Tavares

4.03.2010

Aquela voz

Olhou a janela por uma última vez, a rua vazia despida de passos e de movimentos, libertando o silêncio escondido no frenesim do dia, resguardado pelo calor da luz amarelada dos candeeiros redondos, deslizando, enrolado na brisa que o empurrava no seu abraço invisível.

Sentou-se e apeteceu-lhe escrever. Sobre nada em concreto, com tanto a vaguear-lhe pela cabeça. Escrever por escrever, às vezes começa assim, com uma simples imagem ou uma vontade inadiável. Um aquecimento, que conduz ao que não se sabe ainda ter à espreita no virar da esquina.

Ficar calado a escutar a própria voz. Ouvi-la por dentro [não da boca para fora], e seguir o seu rasto calmamente, com pés de lã e olho de lince, e a mão solta pelo papel.

- "Vivemos num tempo estúpido: falamos mais do que entendemos e escutamo-nos tão pouco", saiu-lhe da voz muda, que continuou
- "Guardamos, em palavras, tão pouco do que mora dentro de nós. Momentos fugazes do que fomos nesse preciso momento, único [irrepetível talvez], mas que pode deixar, para sempre, o seu aroma de raspa de laranja, trazendo o sabor do sumo instantaneamente. Momentos atados com laços de seda, para não ferir as patas ou os deixar voar assustados, perdidos irremediavelmente."

Estranhos pensamentos estes, da sua voz ou da sua mão? Logo outro, de seguida, sem tempo para poder perceber o autor:
- "A perfeição não existe [falaste-me um dia da perfeição]. Existem momentos perfeitos, isso sim, poucos, tão difíceis como raros, sublimes fotografias, preciosas, que se devem agradecer e cuidar".

Raio da voz, a dar lições de moral, querem ver?
- "Como se sai daqui? deste poço escuro? onde à noite conversamos numa fogueira no deserto, mas onde afinal não estás [ou não tens voz também], ficas apenas no eco da tal fotografia, pendurada na máquina, a abanar ao pescoço no tal silêncio". Com o tempo fui-me tornando teu, agora fazes-me falta".

Tombei a caneta, pronto! Não me apetece ouvir mais a voz hoje. Adormeci, no entanto, a sorrir para dentro, sem nada dizer, com o cuidado de não acordares com a minha voz, que mesmo muda ou calada, fala muitas vezes de ti.

4.02.2010

Aperto

A noite é fria
mas existes tu

Depois queimamos
fogueiras, devagar

Permaneces
para além do abraço

Num aperto que mia
por baixo da pele

4.01.2010

Happiness



Nas tuas ondas

Deitado na cama, desfeita em silêncios, na suave maciez do corpo despido, agitava com as pernas a brancura amachucada pelo tempo, ondulando, à deriva, no vasto vazio infindável, longe de tudo, perto, ainda de ti. O barulho desse movimento, como o rebentar das ondas sem nunca ter um fim, sem nunca se gastar. Um búzio vivo a sussurrar a tua voz e o que mora por detrás do teu nome, a trazer-te num movimento lento de peixes verdes, deixando reflexos de madre-pérola ou do teu sorriso. E assim mergulhas dentro de mim, até não conseguir mais suster-te e ter de te libertar por vir à tona respirar. Não são saudades, não são limos separados dos abraços desfeitos, são ondas, apenas ondas. As tuas ondas ainda a bater em mim.

Assíduos do shaker

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