Não é nenhum poema
o que vos vou dizer
Nem sei se vale a pena
tentar-vos descrever
O mar
O mar
E eu aqui fui ficando
só para O poder ver
E fui envelhecendo
sem nunca O perceber
O Mar
O Mar
Madredeus
Não é nenhum poema
o que vos vou dizer
Nem sei se vale a pena
tentar-vos descrever
O mar
O mar
E eu aqui fui ficando
só para O poder ver
E fui envelhecendo
sem nunca O perceber
O Mar
O Mar
Madredeus
O Homem folha vivia num mundo onde existiam estações. Não de comboios. Mas onde Primavera, Verão, Outono e Inverno não constavam apenas no dicionário.
Às folhas tantas
Puxou o lençol cobrindo-se totalmente. Na total escuridão surgiu um pequeno ponto. Uma luz estranha, ténue, pequena, mas aspirando-o em espiral, como um remoinho."Há quem passe pelo bosque e apenas veja lenha para a fogueira"
León Tolstoi
Bela. Sedutora. Mágica. Envolvente. Murmúrio de luz em neblina silenciosa.
Vontade de ser folha na brisa que esbate um segredo. Algo camuflado se esconde ao olhar, estando sempre presente. Como que adivinha irónica ao longo dos tempos.
Sintra é uma menina de vestido branco, sentada numa pedra fria, que me sussurra ao ouvido e fascina, sempre que nela passo.
Escreveu-a junto a si. No próprio corpo para que nunca se separassem. Foi difícil escolhe-la, entre tantas. E fê-lo com a solenidade litúrgica de algo sagrado, com uma caneta de aparo. Cedo percebeu porém que era impossível ficar por ali. Amava-as a todas. Pelo som, imagem, sabor. Pela força, poder, textura ou quente languidez.
Apeteceu-me dar um ombro e um soco. Apenas dei dois olhares: um de conforto, outro de indignação. Como é possível ainda sermos tão atrasados?
If you ever feel like something's missing
Vou contar-vos um segredo. Mas, por favor, não contem a ninguém. Deixaria de o ser e tornaria estas linhas desactualizadas. É mau estar desactualizado, não concordam? E são tão raros os segredos nos dias que correm... Guardem este e não se fala mais nisso.
Vou viver
Se a noite não tem fundo
Sentei à minha mesa