12.03.2008

Só existes nos meus dedos

Meus dedos
lentos
percorrendo
a medo
teu corpo
aberto
oferto.

Meus dedos
surpresos
soltando
o calor
o cheiro
de teu corpo
descoberto.

Meus dedos
olhos
trazendo
imagens
mensagens
ao meu corpo
trémulo.

Esqueci
teu nome
teu rosto
o quando
e o porquê
Só existes
em meus dedos

Eugénia Tabosa

4 comentários:

Anónimo disse...

Não me importava de existir apenas nos seus dedos, significava que pelo menos existia.

È um poema lindíssimo. Uma mensagem fortíssima.

Beijo

najla disse...

Julgo que já todos fomos dedos ou simplesmente, fomos nos dedos....

SF disse...

Gostei!
Mas prefiro existir nos dedos, nos olhos, na boca, no peito e nas costas, no 'todo'... e na cabeça, que não dá descanso. Ou em lugar algum...

Welcome back!
XinXin
;)

(in)confessada disse...

impossível entrar, ler e não voltar.


beijo confesso

Assíduos do shaker

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