12.06.2008

Identidade

Matei a lua e o luar difuso.
Quero os versos de ferro e de cimento.
E em vez de rimas, uso
As consonâncias que há no sofrimento.

Universal e aberto, o meu instinto acode
A todo o coração que se debate aflito.
E luta como sabe e como pode:
Dá beleza e sentido a cada grito.

Mas como as inscrições nas penedias
Têm maior duração,
Gasto as horas e os dias
A endurecer a forma da emoção.

Miguel Torga

1 comentário:

Pearl disse...

Não te endureças deixa que a erosão dos elementos te endureçam na passagem do tempo e da memória que nunca perderás...

beijos

Assíduos do shaker

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin