12.07.2008

Cold moutain

Gosto de neve. Há algo profundamente tranquilo no branco silencioso de uma montanha. Um respirar de luz diferente. Que alimenta a alma. Um brilho com laivos de paz. Ar repleto de ecos de tempo. Onde o nada se reencontra a sós comigo. Numa espécie de viagem, onde morro cansado e regresso renascido.

Quando tudo parece correr mal e nada parece bater certo tenho um cantinho secreto onde gosto de ir. Um pouco longe, é certo. Não muito barato, pois sim. Mas onde vale sempre a pena. Onde aprecio cada quilómetro da longa viagem, normalmente nocturna.

Pequenos prazeres me esperam sempre. Mergulhar num banho quente com vista para a extensa paisagem branca, que fala na fragilidade das coisas preciosas e me escuta sempre, sem nada ter de dizer. Beber um brandy à lareira com uma música calma. Aquecendo sentidos. Apurando sensibilidades cansadas ou magoadas.

Volto sempre liberto e tranquilo. Sempre leve como uma música. Sempre com um sorriso. E com vontades. Vontades de deitar a língua de fora aos Deuses que me conjuram. De não lhes fazer a vida fácil. De lhes dar luta.

Gosto de neve e do meu cantinho secreto.

4 comentários:

Sandrine disse...

Precisava de ter um cantinho assim... Talvez não sucumbisse tantas vezes à vontade de comodamente dormir... ou à comodidade que o adormecer me traz!

Deita-lhes a Língua de fora! Faz mesmo um ar trocista! Ou então deixa-te estar apenas a olhar-lhes directamentes nos olhos.
Faças o que fizeres eles já perceberam que não vão ter a vida facilitada!

Leonor disse...

Um belo cantinho, sim senhor, apaziguador, regenerador e, claramente, inspirador ... vale a pena!


xin xin

Dry-Martini disse...

Sandrine,

Um destes dias eu conto-te uns tantos cantinhos interesantes onde podes dormir .)

XinXin

Dry-Martini disse...

Mlee,

Vale vale .)

XinXin

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