10.11.2008

Mar de Setembro

Tudo era claro:
céu, lábios, areias.
O mar estava perto,
Fremente de espumas.
Corpos ou ondas:
iam, vinham, iam,
dóceis, leves, só
alma e brancura.
Felizes, cantam;
serenos, dormem;
despertos, amam,
exaltam o silêncio.
Tudo era claro,
jovem, alado.
O mar estava perto,
puríssimo, doirado.


Eugénio de Andrade

2 comentários:

[Ariana Aragão] disse...

O mar, sempre o mar.
Eugénio, sempre e tanto.

Andrómeda disse...

Eu e um certo personagem que está a ser escrito andamos a pensar muito no mar, também ...

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