5.01.2008

Paradoxo

Comunicamos de quatro formas: com palavras, com entoação, com expressões e com silêncios. De todas elas as palavras são as que menos comunicam e as que mais conseguem ser falsas ou imprecisas. É a razão porque um bom livro deveria sempre conseguir ser acompanhado de alguns quadros ou fotografias, barulhos, músicas e oscilações. Mesmo que mínimas. Uma espécie de ondulação. Percebem? Possuir páginas em branco, olhares, poros e muitas respirações. Mas a comunicação para o ser verdadeiramente exige um reflexo. Uma metamorfose no ir e voltar. Um toque ou afago que se estende, para lá de nós. Contagiando. Gerando uma acção ou comportamento. É essa a magia da comunicação. A sua pluralidade (não podemos comunicar sozinhos) e imprevisibilidade.


Será essa razão a explicação para algumas pessoas aparentarem tanto problema em comunicar comigo pessoalmente. Não faz mal. A sério. Ficam a saber que eu não acredito apenas nas palavras.



3 comentários:

Gisela FFale disse...

"I've heard of a man who says words so beautifully that if only he speaks their name, women give themselves to him. If I am dumb beside your body while tumors blossom on our lips, it is because I hear a man climb the stairs and clear his throat outside our door."

http://www.youtube.com/watch?v=bQ70RVDprqc

Xin-Xin

Andrómeda disse...

Permita-me que o contrarie num aspecto: há também aqueles, como eu, para quem as palavras são consideradas demasiado preciosas e muito frágeis, e que as tenta honrar sempre, procurando dizê-las da forma mais verdadeira possível. Se o consegue ou não, isso já é outra história ... talvez uma que demore uma vida a conseguir ...

Dry-Martini disse...

Minha cara Andrómeda,

Mas é exactamente por isso que devemos mimar as palavras e não as jogar ao vento sem as medir. Como sabe também sou apaixonado pelas palavras.

XinXin

Assíduos do shaker

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