12.17.2007

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

1 comentário:

lilazdavioleta disse...

Como se pode estar só,acompanhado.
É inevitável, que, também exista ausência sem falta.
E este sentimento que o poeta descreve é tão prazeiroso .

Assíduos do shaker

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