12.18.2007

Folha branca

O tempo e o espaço concentrados no infinito branco da folha despida. Simplicidade vazia que tudo absorve e permite. Lago de silêncios magnéticos ávidos de aparos e afagos. Textura impaciente. Sempre expectante. Cálida nudez sedutora de partidas ou destinos. Nunca de chegadas. Caminho incerto. Cama. Desfilamento.

A felina necessidade da escrita. Rugindo. Afiando as unhas. Aproximando-se lentamente da pele. O peso da necessidade. Palavras soltas que correm para um amplo largo empedrado. Ecos que levantam voo. Respirar. Arrepios. Uma droga que se espalha escorrendo da alma. Talvez. Depositando o seu corpo cansado na insuportável brancura da folha. Branca. Branca. Tão branca.

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