12.02.2006

Barco à vela

Nas vastas águas que as remadas medem.
tranquila a noite está adormecida.
Desliza o barco, sem que se conheça
que o espaço ou tempo existe noutra vida,
em que os barcos naufragam, e nas praias
há cascos arruinados que apodrecem,
a desfazer-se ao sol, ao vento, à chuva,
e cujos nomes se não vêem já.
Ao que singrando vai, a noite esconde o nome.


Jorge de Sena


Também eu perdi a distância,
o tempo dos que perdi,
na noite escura.
Por cada naufrágio junto as velas
içando-as numa maior,
mais forte que os nomes,
resistente a qualquer intempérie.
Uma vela que é onda e sal
aconchegando imagens,
retendo sabores
que permanecem firmes
num sol radioso

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