10.16.2006

Blue bird

Voou de repente, sem nada o fazer prever. Com uma alegria de criança a correr na praia misturada com o dissipar de uma dor espessa, rochosa, que se agarrara à sua alma veranil como um mexilhão, tornando-a inverno.

É quando menos se espera que tudo fica claro, e nesse preciso momento via o horizonte, em toda a sua plenitude, sem núvens, ruído. Apenas o seu bater de asas, há muito presas no passado.

Acordas-te ao ritmo flamenco do bater das palmas, num tango com cores de Almodovar, que te vive no sangue e, nesse ápice, que nos afasta a cegueira, fizeste-te azul, de pássaro a voar em liberdade.

Para a gotinha de água que se tornará pássaro mais cedo do que julga.

1 comentário:

Anónimo disse...

Desconheço o brilho dos teus olhos, o calor do teu abraço, a cor da tua pele ou dos teus cabelos... Não sei como gesticulas na solidão de um café, ao final da tarde, ou no meio da multidão de um qualquer concerto onde estás tu e a tua alma, a maior entre as milhares do mesmo espaço...
Nunca me falaste das tuas descobertas, dos sonhos por concretizar... das maravilhas do teu passado, da história desse efémero presente... de todo um futuro incerto, também nada contas ou imaginas ou profetizas...
Mas alegro-me por saber que estás comigo. De coração. Em amizade. Como a verdade que é o estar a escrever-te aqui e agora. Sempre longe e tão ansiosamente próximos...
Ouvi-te a voz num curto "olá!" há já alguns meses. E nunca mais. A tua voz.
E sabes? Não preciso de ouvi-la para saber-te perto. Não preciso da tua mão na minha, do teu rosto jovem e glamoroso nem do sorriso eterno que sei que é o teu... e nunca vi. É a amizade. Que nos inunda de força. Para sempre. Porque a beleza desta nossa viagem está no que nos inunda a alma.Nos silêncios. Nas horas que passam ao compasso de um piscar de olhos.

Assíduos do shaker

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