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A vida é a sucessiva insignificância de momentos vãos, tantas vezes anónimos, que de quando em vez nos tropeçam e se conseguem aprisionar, por breves momentos, na sua magnitude. Sorvendo-os como um fruto sumarento, magnético, um ar frio que se induz no corpo quente e tudo transforma à sua passagem. Demoradamente. De olhos fechados. Breves segundos frágeis e irrepetíveis. É por isso que pode existir mais poesia numa pollaroid tirada ao acaso e deixada numa folha em branco que em tudo o que se possa colocar por palavras. A vida é o acontece todos os dias. É o que é, não o que poderia ter sido, mesmo quando não darmos por ela, ali parada, sem pressa a olhar para nós.
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