10.30.2009

O reflexo das cores

O mundo é tão diferente quando visto deitado para o céu. Mil pensamentos deambulam, fugindo como nuvens. Diluindo-se no som dos pássaros ou na frescura da relva mas ficando, sem pressa, numa leveza frágil vinda de um lugar estranho, talvez esquecido.

Os ramos das árvores despidas, acenando ao vento. Diluindo a sua teia de finas ramificações pelas artérias e veias. Trespassando o próprio corpo, descendo até às raízes mais fundas, cravejadas na terra. Criando um elo de respiração. Uno. Um pulsar consanguíneo. Um fechar de olhos mais demorado, absorvendo o frio da terra e o calor do sol numa tinta invisível, derramada, à deriva no corpo.

E um mar das coisas vividas a ecoar ao ouvido. Coisas que vi. Que conheci. Num mundo onde tudo parece estar já escrito, onde tudo parece ter que ter um sentido, uma certeza. Adormeço feliz. Guardo espumas e reflexos.

2 comentários:

um perfeito estranho disse...

De que cor é a água? :)

Xin Xin

Anna Blue disse...

Eu guardo momentos e cores. Sons e aromas. Imagens que surgem impregnadas de um sentido que eu julgo apenas meu. Tenho saudades de olhar os desenhos que as nuvens tecem só para mim…

Assíduos do shaker

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