Quem fez o amor fê-lo quente como raios de sol
Transpirados de sal e movimentos de mar. Numa espera que dói,
dissipada na névoa das palavras que ficaram entre um eco e uma sombra.
Quem fez o amor sentou-o no silêncio de uma varanda nocturna. Imóvel
Alheada de tudo e despida do tempo.
Onde se bebeu a noite num cigarro lento, partilhado.
Quem fez o amor serviu-o em mesa delicada, coberta de lençóis
Saciados com garfos de prata entrelaçados no aveso da pele.
Num arrepio interminável, agradável ao toque.
Quem fez o amor vestiu-o de beijos e olhares.
De palavras, tantas: ainda por dizer ou inventar
Guardadas, algures, preciosas, entre as memórias e o sonho.
Mas quem fez o amor
também o fez frágil: de porcelana e de lágrimas
por onde escorrega, numa delas, o brilho de todos os sorrisos.
6 comentários:
Pois foi... quem o fez... sabia o que fazia.
Apesar de tudo, o que seria de nós sem o amor...?
'agradável ao toque'...
agradou-me!
:)
E o amor não será feito, inventado, refeito e reinventado por nós, por todos nós, que nos damos ao luxo de o vislumbrar num momento de eterna magia?
Gostei muito deste texto :)
Um colosso!
;)
XinXin
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