4.25.2009

O dia da liberdade

"Ninguém é mais escravo do que aquele que se julga livre sem o ser"

Johann Goethe


O dia da liberdade é apenas uma memória. Dum dia dos melhores propósitos sem conseguir objectivar os fins. De Homens destemidos e de gratidão infinita. Pintada a céu azul e raios de sol.

O dia da liberdade é apenas um ténue aroma floral que ficou no ar. Debotado da essência. Da cor viva do querer colectivo e das nobres ambições. Do sangue não derramado. Imaculado. Cujas pétalas nos abandonaram, aos poucos. Frágeis. Cansadas. Sucumbindo à ganância extrema e à dormência de valores. À falta de solidariedade, de educação. Uma balança demasiado inclinada de direitos e escassas obrigações.

O dia da liberdade é apenas uma frase bonita. Evocada nos livros e discursos pomposos, mas pouco sentida como se quis. Sem conteúdo para os mais jovens. Um rio que secou. Que não corre para os outros dias. Um balão preso a um corpo amorfo com uma mão pesada, que não o deixa subir. Cerrada, mas com dedos de individualismo, egoísmo, comodismo, facilitismo e falta de civismo.

O dia da liberdade é um falhanço. Uma vergonha aos Homens bons. Às próximas gerações. Uma vergonha da tal memória imaculada. A que muitos sofreram na pele. A que muitos se entregaram de corpo e alma. A que tantos já nem conhecem ou nada diz.

O dia da liberdade é um dia distante. O dia da liberdade está a morrer.

1 comentário:

Anónimo disse...

O 25 de abril é o dia em que portugal se libertou da ditadura.
Dia da liberdade pelo qual devemos lutar todos os dias.
Abril é resultado da luta de muitas pessoas. Para que continue vivo é preciso que nós façamos por isso, lutando pelos ideiais de abril.

Assíduos do shaker

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