1.24.2009

O teu corpo nos teus óculos

O teu corpo numa dança lenta e suave. Parando o tempo. Alternando em ondas de contrastes, ora nítidos ora mais desfocados. Semeando imagens e pensamentos. Despertando sensações. A cada movimento. A cada espera. A cada suspiro. A urgência de despir o teu corpo. O quente e frio da sua nudez. Que apetece apertar, com força, por nunca estar suficientemente perto. Que apetece entrar para sempre. Virar do avesso. Percorrer demoradamente com as mãos. O frágil intenso do teu corpo. O silêncio branco dos teus dentes mordendo os lábios de prazer. O fugaz contorcer do nariz. O franzir, quase sério, da sobrancelha. As cógegas nos pés. O sorriso. Sim, o sorriso do teu corpo. Todo ele. Sorrindo. Chamando com os olhos. O teu corpo captado pelos teus óculos,. Abandonados, algures no quarto. O teu corpo ainda tão presente.

2 comentários:

SF disse...

Bom. Muito bom. Tudo.

Contudo, estava capaz de acrescentar qq coisa. Não porque faça falta. Só porque sim. Apetece.
A seu tempo, no devido 'espaço'...

XinXin

Dry-Martini disse...

Acrescente. Acrescente. É que, por mais observador, às vezes somos sempre um pouco miúpes .)

XinXin

Assíduos do shaker

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