10.13.2008

Rainy day

On rainy days, we'd go swimming out
On rainy days, swimming in the sound , [U2]


A janela ficara entreaberta para o dia chuvoso entrar no quarto silencioso. Sempre gostara de ficar a ouvir o barulho da chuva horas a fio. O seu ritmo tão próprio no telhado. Num eco molhado. Diferente de tudo. Mas tão chegado de cheiros, pensamentos e viagens.

Apesar da chuva tinha arrefecido imenso e acordara estremecida. Gelada, sentindo a tua falta a meu lado. A lareira à distância de um braço mas uma vontade imóvel castradora de qualquer movimento. Fazendo-me permanecer na cama destapada. Despida. Sentindo o frio a alastrar nos ossos e a chuva a escorrer nos ouvidos atentos. Permanecendo ali. À espera dos teus passos.

Foi então que entraste, finalmente. Como um sol perdido. Despiste a roupa encharcada, a olhar para o meu corpo, e abraçaste-me com a pele mais quente que algum dia me tocará. Beijaste-me lentamente e perguntaste-me “Como se encontra uma lágrima à chuva?” Fechei-te os lábios com o dedo esticado e encostámos a testa e o nariz por momentos, libertando-nos com outro beijo. Nada mais dissemos. Dormimos agarrados. E a chuva parou.

2 comentários:

Rosa disse...

Dormir agarrados com a chuva a cair é muito melhor :)

Dry-Martini disse...

Rosita,

Não faz mal. Felizmente haverá sempre chuva .)

Assíduos do shaker

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