8.08.2008

O silêncio dos sentidos


Tanto ruído no interior deste silêncio: são as vozes dos outros a falarem de mim, pessoas de quem gostei, pessoas que perdi, gente que tenho ainda.

António Lobo Antunes



Basta-me o silêncio dos sentidos.
Nada mais.
Tudo o resto é supérfluo. Dispensável.
Basta-me o silêncio invisível aos olhos abertos.
Esse rio de mãos frias que perdura como lâmina ou raio de sol.
E onde dançam imaculadas transparências e densos nevoeiros.
Que sempre nos levam, algures, aos seus jardins secretos.
Onde nem todos conseguem entrar.
Que fale sempre alto esse silêncio.
E nunca se cale.
Esse silêncio que diz.
Esse silêncio sentido
Esse silêncio dos sentidos.



1 comentário:

Gisela FFale disse...

muito bom!!!
Xin-Xin

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