Olhar-te como a imensidão do mar. Entrar em ti numa música. Percorrendo-te, num nadar de anémona. Leve. De movimentos elípticos. Escassos, quase imperceptíveis. Apenas os suficientes para apanhar boleia da tua corrente e deixar-me ir, nesse nadar de suavidades húmidas. Que apetece tocar. Que contorna o corpo como uma onda a ganhar forma. Adiando o seu rebentar. Escorregando-te num arrepio infinito. Diluindo salpicos frescos, na pele queimada. E depois, enfim, dar à costa. Exausto de te ter tido assim. Despida de medos e de conchas. Desprovida de rede. Num mar imenso. Nosso. Tranquilo. Aberto.
1 comentário:
Gostei do poema, sim senhor...
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