7.20.2008

Descoberta

Descobre-me. Por entre as entrelinhas. Nesses longos carreiros de escrita. Que nascem num país distante e caminham sinistros, como fumo. Talvez para ti.

Descobre-me. Nesse ritmo de onda que, vagarosa, quer sempre um pouco mais. Nessa paciência de noite calma, a cair na cama. Que sempre apaga mais um dia. Mais um fogo. Deixando-nos a mágica intimidade dos silêncios.

Descobre-me. Sem te apressares. A meio dum livro, num abrir de janela, num cheiro a café que teima em demorar. Envolve-te nesses sons líquidos que nos trespassam a pele de areia. Derramados no mais fundo de nós. No mais secreto dos tesouros.

Descobre-me. Pois já não me conheço mais.

5 comentários:

Maria Manuela disse...

Mas é preciso GPS ou basta intuição ???

Bé David disse...

Excelente este pedido...

Afinal.. teremos quanto mais e tanto pra decobrir...

mas haverá sempre algo...

oculto! :))

Bjs*

Rosa disse...

Eu sei que isto vai parecer um anúncio do leite Matinal, mas, se não se conhecer, quem o conhecerá?
Vai daí: descubra-se! :Þ

Dry-Martini disse...

Nunca nos conheceremos totalmente. Sempre nos perderemos também. Para nos conhecermos é preciso perdermo-nos.

XinXin

[Ariana Aragão] disse...

devagarinho...

Assíduos do shaker

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