2.09.2008

O código

A claridade é uma justa repartição de sombras e de luz


Goethe, Johann


Não ver. Não falar. Ausentar-me do mundo. Da luz. Os pensamentos não se apagam nunca. Flutuam, à tona. Ondulando sem direcção. Encontram caminhos até nós através de um código antigo. Escrito algures na minúcia dos tecidos. Cravado nas células. Também elas sempre móveis. Mutáveis.

Não agir. Não ler. Não sentir. Ser a antítese do ser. Resguardar o corpo de todas as formas de vida. Baralhar essa réptil matemática que todos entrelaça e comprime. Adiá-la ao máximo. Diluir a existência na forma dos objectos. Reduzi-la a uma sombra. Ver a sua imagem.

Não sonhar. Não esperar. Recusar o movimento. Permanecer algures entre o sono e a realidade. Na ténue linha que separa os dois mundos. Hibernar da claridade para tactear essa sombra que paira sempre tão perto. Tão perto.

3 comentários:

Bé David disse...

Pois...o problema mesmo é desistirmos... porque achamos que não há outro remédio!

Never say never...:)


P.S. Espreite a minha nova sala!
Beijinhos

Andrómeda disse...

Não se apague para o mundo, Merlin. Deixe-se levar pela vida, às vezes é só isso que ela lhe pede :)

lilazdavioleta disse...

É isso.
Siga o conselho/ pedido da sua amiga Andrómeda :)

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