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Talvez te tenha magoado.
Se aconteceu, foi apenas pela vontade de te perceber.
Juntar pequenas peças do teu silêncio cálido e frio.
Uma vontade de redescobrir a estranheza do já familiar.
A cumplicidade do olhar, o nascer dum sorriso, a confidencia de tudo o que se quiser. Bastava-me tal. Acredita.
Também me magoou a tua premeditada indiferença. Talvez difícil, não o sei.
Mas orgulho é, para mim, um sentimento pesado. Prende as asas, afunda-nos. Sempre preferi esvaziar o orgulho numa palavra.
Os amigos não se decretam. Sentem-se, descobrem-se, vivem-se e amparam-se, nos bons e maus momentos. A amizade é, também o "amor sem asas", pena que as deixes cortar assim.
Apenas pena. Nada mais.
3 comentários:
À paixão aceitam-se confissões de ciúme, voragens de posse. À amizade não. Somos capazes de confessar tudo aos nossos amigos menos a insegurança que nos mói:
- Não, não gostes mais dele do que de mim.
“Dê-me o benefício das suas convicções, se as tiver, mas guarde para si as dúvidas. Bastam-me as que tenho”
Goethe, Johann
Não esqueço...Não deleto...Não consigo seguir...Minha dádiva...Meu castigo...Esse amor/desamor que eu fui permitir em minha vida...
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