6.30.2009
6.28.2009
Tão Tão... Tatão
Era tão quente, tão quente, tão quente que quando rapou o cabelo lhe começaram a chamar Niki Lauda
Era tão preguiçoso, tão preguiçoso, tão preguiçoso, que quando foi a uma praia de nudistas ficou com calos no cu
Era tão esquecida, tão esquecida, tão esquecida que quando lhe perguntaram a razão de ter a mama de fora ficou em pânico por se ter esquecido do puto no autocarro
Era tão velho, tão velho, tão velho que quando foi fazer um teste de fertilidade lhe detectaram espermatosauros-rex
Pronto confesso, ando a tomar medicamentos :)
6.27.2009
Coisas ocultas
Percorrem-me mil e uma coisas ao mesmo tempo. Surgem, por vezes nas coisas mais banais: Imagens, sons, pensamentos. Por vezes sinto-as presentes [atentas] apenas num afastamento de sombra a fugir, quase indelével. Num arrepio. Outras vezes tocam-me demoradamente com as mãos frias, com dedos finos, esticados. Afagando-me o rosto, encostando lábios molhados, deixando-se ficar, num calor morno. Infinito mas difícil de reconhecer. Algumas delas são voláteis como o seu esquecimento. Moram noutro mundo. Noutro tempo. Lugares estranhos, que não sei se vivi. Coisas que nem chego a perceber, mas que as sinto inexplicavelmente, percorrendo-me como uma dança nebulosa, oscilando sinais para logo partirem para longe. Partem sempre como chegam, avançando sem serem vistos, deixando marcas: ora leves ora intensas. Partem roubando a paz da respiração ou descansando guardadas nas pálpebras.
6.26.2009
Film Directors
Gosto muito de cinema, apesar de ultimamente não ver tanto como gostaria ou fazia noutros tempos. Uso, actualmente, mais o DVD, por manifesta falta de tempo [apesar de plenamente consciente de não ser a mesma coisa]. Tenho alguns filmes que já vi vezes sem conta. Alguns que faço questão de comprar. Outros que vi duas vezes seguidas no cinema.
Aqui há uns tempos, no seguimento de um desafio [impossível] de escolher o filme da minha vida, consegui [com extrema dificuldade] seleccionar quinze, escrevendo um pequeno texto sobre cada um deles. É-me muito difícil escolhe-los, pois gosto de muitos. Muitos me marcaram e continuam a marcar.
Mais fácil é, talvez, a escolha dos realizadores, de quem sou fiel seguidor [apesar de também não conseguir escolher apenas um]. Nomes que me acompanham há largos anos, outros mais recentes, mas que me lançam imediatamente a vontade de ir a correr ver os seus filmes. Nomes de quem admiro a obra, a sua evolução, a sua coerência ou fio condutor [alguns que com muita pena minha já partiram e a quem até já dediquei a minha modesta homenagem de agradecimento]. Assim, sem querer encurtar muito a lista e deixando de fora alguns, lembro-me dos seguintes:
Woody Allen | Pedro Almodóvar | Sidney Pollack | David Lynch | Roman Pollanski | Sam Mendes | Francis Ford Coppola | Sofia Coppola | Wim Wenders | Emir Kusturika | Sean Penn | Clint Eastwood | Alfred Hitchcock | Orson Wells | Tim Burton | David Cronenberg | Akira Kurosawa |
E os meninos e meninas? Têm algum favorito?
6.25.2009
Poema desnecessário
e ninguém sentiria a sua falta
Esta é a sua liberdade negativa a sua vacuidade dinâmica
e o movimento da sua abolição
a partir do seu vazio inicial
Mas qual é a sua matéria qual o seu horizonte?
Traçará ele uma linha em torno da sua nulidade
e fechar-se-á como uma concha de cabelos ou como um
[útero do nada?
Ou será a possibilidade extrema de uma presença inesperada
que surgiria quando chegasse a essa fronteira branca
que já não separaria o ser do nada e no seu esplendor absoluto
revelaria a integridade do ser antes de todas as imagens
a sua violência inaugural a sua volúvel gestação?
Só para que conste...
6.24.2009
Let there be Love
Who stole the soul from the sun in a world come undone at the seams?
Let there be love
Let there be love ]
Crónicas de um casamento
Isto de ter um casamento em pleno Verão está mal por si só. O facto de ter de usar imperativamente fraque piora substancialmente a coisa [pelo menos sempre se tira do roupeiro uma peça apenas utilizada em duas meras ocasiões].
O convite [leia-se, exigência irrefutável sob ameaças de morte] para fazer um discurso solene [quando só apetece dizer disparates] não agoura nada de bom [mesmo achando ser uma pessoa desenrascada e dominar na perfeição os ensinamentos "Bóbóbianos" (pensavam que era só o Aniki Bóbó era?)]. Adiante...
Mas será que se o pessoal faz mesmo questão de casar não poderia começar a organizar umas cerimónias Havaianas, ou algo mais descontraído, assim lá mais para o inicio da noite? Enfim, vamos lá esperar pelas cenas dos próximos capítulos.
6.23.2009
Escrever-te na pele
Apetecia-me escrever-te a pele bronzeada com o toque subtil de lábios de mar. Escorridos. Demorados. Num tom de tinta da china e embalos aquáticos. Libertando-os num eco colado. Numa sonoridade táctil, revolta.
Apetecia-me guardar-te num cintilar de sépia. Aprisionada no olhar. Despida, por mãos de sol.
A estrela brilhante
Somos arrastados por marés invisíveis. Correntes, imperceptíveis, que nos conduzem desprovidos de consciência. De vontades ou raciocínios. Baralhando-nos os olhos, julgados atentos, mas turvados pela azáfama dos dias que passam sem os conseguirmos agarrar. Levando-nos, arrastando-nos, sem que nos apercebamos.
O mar está tão calmo hoje. Apetece abrir os braços e limitar-me a boiar, oscilar na sua leveza, nos seus sussurros. É de noite. O silêncio invade todos os sentidos de uma tranquilidade sublime. De todas as estrelas há uma que puxei para mim. Para sempre me acompanhar e orientar. Para sempre brilhar de uma forma diferente. Para brilhar mesmo com os olhos fechados.
6.22.2009
Fixamente
6.21.2009
Desesperante vazio
- Muita gente apercebe-se do vazio, mas é preciso muita coragem para ver o desespero.
Os anjos que conheço são de erva e de silêncio
6.20.2009
Aprovado e recomenda-se
Algures, por aqui
Shubert, Death and the Maiden
Hoje andei algures por aqui nos pensamentos, depois de uma breve chamada que não tive tempo para tratar devidamente [que não era mesmo passível de ser tratada por telefone]. Em que apesar de o explicar com toda a clareza, com toda a calma, com todo o silêncio deste mundo, fui empurrado a dizer o que não queria.
Hoje andei algures por aqui nos pensamentos, entre sensações e sentimentos que não apetecem transpor em palavras. Mais pelo tom que pelo conteúdo. Mais pela injustiça que pelo significado. Mais pelo que ficou que pelo que se disse.
Hoje andei algures por aqui nos pensamentos. Esvaziei-os a todos, antes de chegar. Como cordas, vibrando até ao silêncio total. Calaram-se à pouco. Já não vibram, mas cheguei cansado.
6.19.2009
O escritor imóvel (revisitado)
6.18.2009
Soul sisters
Depeche Mode, Goodnight Lovers
[ Here, somewhere in the heart of me
There is still a part of me
That cares
And ill, Ill still take the best youve got
Even though Im sure its not
The best for me
When youre born a lover
Youre born to suffer
Like all soul sisters
And soul brothers ]
Mesmo achando que este último album é um nadinha mais "wrong" que o habitual, já ando a contar os dias para o concerto.
6.17.2009
Suspiros e Merengadas*
Não gosto do Cristiano Ronaldo, pronto. Acho-o um bom jogador (esforçado e dedicado), mas quanto a mim, está longe de ser o melhor de todos os tempos. O facto de estar repleto de defeitos de personalidade (destacando a gritante falta de humildade e ausência completa de preocupações de responsabilidade social, normalmente presente nos verdadeiros ídolos) contribui fortemente para esta opinião.
Acho, portanto, perfeitamente ridícula a histeria colectiva à volta da sua transferência multi-milionária e sobretudo a cobertura mediática à volta de um simples jogador de futebol (incluindo as proferidas por algumas personalidades públicas a quem dou alguma credibilidade e isenção). Será que não existem feitos ou personalidades muito mais interessantes a relevar, inclusivamente no panorama nacional?
A única coisa positiva talvez seja pouparem-nos da já enfadonha crise económica ou na gripe dos “três-porquinhos”, da parte da, também fastidiosa, comunicação social nacional.
Faz-me ainda mais confusão, os suspiros de certas meninas, sobre tal personagem. É certo que tem um corpinho jeitoso (tudo bem), mas daí a ser um ícone de beleza masculina, convenhamos: cara de saloio (normalmente suada), vestes de gosto inqualificável (com o único requisito de serem caras) e um penteado “gelatino-pó-esquisitóide”. Se o fervor for a conta bancária, mesmo mantendo-nos no mundo futebolístico, estou certo que encontraremos personagens bem mais cativantes ao olhar.
* ou c@ralinho para o Ronaldinho porque já não há santa pachorrinha.
Perdoem-me o palavreado não habitual e a futilidade gratuíta, mas eu até prefiro o Barcelona e este post auto-destruir-se-á após a leitura imediata, pois até me faz calafrios pensar que perdi, breves segundos que sejam, a escrever estas linhas sobre esta personagem.
6.16.2009
Orgulho nacional
6.15.2009
Lembra-te de mim
Dádiva
6.14.2009
Mini-férias
6.13.2009
Toma lá para não seres bruto
6.12.2009
Nitidezes e desfoques
6.11.2009
O trauma da morada
6.10.2009
Crónica dos bons malandros
Poema a 4 mãos
6.09.2009
Mãos de anémonas
6.08.2009
Romeu e Julieta em versão familiar
Eleições
6.07.2009
Lenda viva
6.06.2009
Hey Tom
Rita Red Shoes, Hey Tom
[ I want to make you smile
I want to close your eyes
But you don't have the strength
So come on run with me
I will not set you free
I need you to... ]
Ali, perto das águas
Movimento d’água. A distância. Sonoridades de jazz. Conversas intermitentes numa língua estranha. Uma bebida lenta. Os passos das pessoas. Fotografias ao acaso. Ruídos, rompendo a brisa breve. Turistas esgotando o tempo. Alegrias e tristezas presas em caras estranhas. E o movimento das águas, novamente, absorvendo a atenção. Ausência de pensamentos. De um fio condutor. Imagens desconexas. Sem ligação aparente. O tempo moderno passando ao lado de um cigarro que se acende e sempre se consome. O azul dos teus olhos num repentismo. Num arrepio das águas. Culturas e vivências diferentes. Misturadas na atenção das árvores imóveis. A vida em estado bruto, escorrendo para a vastidão marinha. Que tudo esmorece na sua ondulação. Que tudo apaga. A corrosão incolor do metal antigo, contracenando com o andar jovial de uma mulher bonita. Risos ecoando não se sabe bem de onde. Talvez de um grupo apressado. A geometria perfeita de um bando de aves. Unidas por assombroso mistério. As mãos, de fugida, passando nos cabelos. Um beijo de namorados. Talvez o primeiro. O tempo a desfalecer nas águas. Sem destino. Sem pressa. Sem antes nem depois. Saudades de me ir embora ou de ficar. Ali.
6.05.2009
Surpresa
6.04.2009
Post it
6.03.2009
Capacete
"É através da arte e só pela arte, que podemos realizar-nos na perfeição.
Jantar "langão"
... dado o avançar da hora mas com os devidos dotes "desenrrasca".
Simples, leve, apresentável e num abrir e fechar de olhos.
Pão de sementes de sésamo, ligeiramente torrado, barrado com pasta de requeijão com ervas aromáticas, tomate fino e cebolinho, acompanhado por uma refrescante salada de papaia e requeijão, um quinta de cabriz tinto, e finalizado por umas framboesas ao natural
6.02.2009
Descanso na tua voz
Descanso na tua voz. Levo-a comigo e liberto-a, devagar. Delicadamente num correr de água solta. Preciosa. E fico ali, a ouvi-la. Num desenrolar de novelo sedoso. Macio. Tentando não a gastar nunca. Decantando a essência adocicada dos frutos. Não te conheço. Não te quero ver. Basta-me apenas o aroma nacarado da tua voz.
Mãos submersas
Noite
6.01.2009
No silêncio da noite
No silêncio da noite tudo parece mais eterno. Permanências de passados longínquos. Distantes. Deambulando nas ruas vazias, num mundo aquático. Frágil mas protegido, pelo esvaziar do som, dos olhares, do movimento.
No silêncio da noite levita uma leveza estranha. Suspensa. Emanada do imobilismo da calçada, do abanar da folhagem das árvores, do balançar dos olhos nos contornos da lua, do coaxar duma rã a ecoar no vazio.
No silêncio da noite habita uma leveza táctil. Descalça. Alheada da atenção diurna. Sussurrando gritos inaudíveis. Inodoros. De uma névoa espessa, vislumbrada no rasto trémulo da luz do candeeiro. Redondo. Brilhante. Uma bola de cristal.
No silêncio da noite lembro-me de ti. Subo pelo teu corpo, ramo a ramo, para me perder no encontro de lábios de estátuas. Polidas por mãos de afectos. Suspiradas, pelo cerrar das pálpebras. Transpiradas. Sentidas.
No silêncio da noite jogam-nos cartas para o dia seguinte e passeiam mensageiros em formas de gatos. Criaturas nocturnas numa dança de algas que nos agarra a alma e nos despe o pensamento. Visitam-nos imagens, ideias, desejos. Vindos de um local desconhecido, mas que sempre nos abre a porta quando, atentos, nos entregamos aos seus encantos.
No silêncio da noite, o tempo faz a cama e descansa, e a vida passa mais devagar. Como um rio espelhado que tudo permite ver por uns segundos. Passeio há muito pelos seus jardins secretos. Vagarosamente, acendendo um cigarro, escrevendo umas linhas, aquecendo um chá. Aqui. Acolá.
No silêncio da noite tudo absorvo. Nunca me deito cedo. Nunca me deito o mesmo.