Percorrem-me mil e uma coisas ao mesmo tempo. Surgem, por vezes nas coisas mais banais: Imagens, sons, pensamentos. Por vezes sinto-as presentes [atentas] apenas num afastamento de sombra a fugir, quase indelével. Num arrepio. Outras vezes tocam-me demoradamente com as mãos frias, com dedos finos, esticados. Afagando-me o rosto, encostando lábios molhados, deixando-se ficar, num calor morno. Infinito mas difícil de reconhecer. Algumas delas são voláteis como o seu esquecimento. Moram noutro mundo. Noutro tempo. Lugares estranhos, que não sei se vivi. Coisas que nem chego a perceber, mas que as sinto inexplicavelmente, percorrendo-me como uma dança nebulosa, oscilando sinais para logo partirem para longe. Partem sempre como chegam, avançando sem serem vistos, deixando marcas: ora leves ora intensas. Partem roubando a paz da respiração ou descansando guardadas nas pálpebras.
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