11.30.2009
11.29.2009
Euler, o bicho de contas
11.28.2009
Sir. Cohen in my Secret Garden
Leonard Cohen
Levantou-se cedo, para correr, como fazia todos os fins-de-semana, religiosamente. O dia estava frio, com um ligeiro nevoeiro, como gostava. As ruas ainda, ensonadas, quase desertas, envoltas numa luz fotográfica, fazendo as coisas mais lentas, mais nítidas.
Saiu acompanhado por um álbum escolhido a preceito - Leonard Cohen live in London – não sabendo se gostava mais da voz, da música, das letras ou se dos seus comentários antes de iniciar a próxima música. Gostaria de envelhecer assim… naquela voz prolongada, melódica e com um sentido de humor ternamente humilde, próximo do fim.
Chegado ao seu secret garden [onde as corridas ganham sempre diálogos com as imagens e os pensamentos rebentam em bolhas transportadas dos cheiros e das texturas.], a meio do percurso habitual, foi obrigado a parar pela perfeição das imagens e do som. Tão abissais que o obrigaram a parar.
O rio imóvel misturado no céu pela neblina, deslocava-o para dentro do rio. Uma espécie de nuvem ou de quadro vivo, onde aquela música absorvente, dançava, viajante. No meio da neblina, um corvo marinho rompia ou remadores, vindos do nada, ganhavam posição a um tronco de árvore boiando no rio. Os nomes dos barcos colados como beijos nas bochechas, ao passar na marina, o velho catamarim abandonado, os pontões de pedra e madeira envelhecida pelo tempo, o orvalho suspenso nos pinheiros ou nas teias de aranha. Tudo transpirava uma beleza simples mas inspiradora que se absorvia no ar frio que se aconchegava ao calor interior.
Chegou com a sensação de, mesmo não ter corrido quase nada, ter sido a sua melhor corrida de sempre. Pousou o iPod e pensou: Quando for correr, em dias frios de nevoeiro, não me posso fazer acompanhar por Sir Leonard Cohen, é que se chega com muito calor e cansado. Cansado da cabeça.
11.27.2009
Mãmã, o que sinifica "virgem"? Muito educativo!
Deve ser de ser sexta feira, isto anda mesmo mesmo aparvalhado. A gerência deseja a todos um bom fim-de-semana, se possível sem perguntas difíceis!
XinXin
My hands
11.26.2009
Brilhos
11.25.2009
Polaroid dream
Agenda esburacada mas nunca furada
11.24.2009
Devagar
11.23.2009
A magia de um livro
11.22.2009
Verónica decide viver
O rio agitado, com a água a falar, aflita. Movimentos revoltos, sinais indecifráveis arrepiando a pele, silenciados apenas pelo fio do horizonte, cortando-lhes repentinamente a perspectiva, afastando a atenção para longe. A tempestade distante, avançando num galope pausado e pesado, sentindo-se a proximidade a cada passada, a cada tremer da terra, a cada eco, cada vez mais próximo [mais rápido que o trovejar dos pensamentos, baralhados por aquela presença], bafejando um vento esguio, colado ao corpo, tocando-o numa frieza estranha, a seu bel-prazer, soltando-lhe os cabelos numa dança indecifrável de movimentos anárquicos.
11.21.2009
Sushita-te?
11.20.2009
Buenas Vistas mas em Buenos Aires*
11.19.2009
Outono*
11.18.2009
Selecção Internacional
11.17.2009
Guarda-fatos
Bom dia
11.16.2009
Are you ready for a long journey?
11.15.2009
O teu sorriso
11.14.2009
Personal[ly] ...
11.13.2009
Waitinng for the night
Arquitectura #12
11.12.2009
"Pum, Pum", em curta metragem
Brand New World
Gosto de ir a conferências. Inscrevo-me, sempre que posso por minha livre iniciativa e custeio e aproveito todas as hipótese que tenho para o fazer [profissionalmente ou quando surge um convite ou oportunidade, já que não posso ir a todas as que gostava pelos custos serem, tantas vezes proibitivos].
Sou contudo incapaz [mesmo quando oferecidas ou pagas por outrem] de não estar atento e não absorver ideias priveligiadas como uma esponja [e faz-me uma certa confusão quem desperdiça essas oportunidades].
Faço-o, [não só] mas sempre que mudo de área profissional ou de função, tentando assimilar conceitos, tendências e novos modelos de negócio ou paradigmas emergentes, antes de começar a comprar uma panóplia de livros técnicos sobre os temas que mais me despertam atenção e curiosidade.
Hoje tive o prazer de assistir a um dos Gurus da Economia do conhecimento, inovação, tecnologia e competitividade, Soumitra Dutta, que apesar dos seus créditos reconhecidos e notoriedade se apresenta com a humildade de “ter nascido na Índia, estudado nos EUA e vivido na Europa”, fazendo de si a imagem de “mero” homem global.
Sai com a sensação estranha de que existe um mundo a evoluir noutra divisão, numa velocidade diferente da nossa [talvez pequenez], fascinante mas que nos passa ao lado [mesmo que nos achemos informados], apesar de estar, também, cada vez mais ali ao lado.
Deixou-me, entre outras, uma pergunta complexa a ecoar [apesar de nos ter dado as suas reflexões e conclusões e concordar com parte delas]: “Technology makes us better humans?” e uma afirmação surpreendente que também faz pensar: "Produzem-se actualmente mais transístores que bagos de arroz".
Gosto de afirmações surpreendentes, mas gosto tanto de boas perguntas.
11.11.2009
Time out
11.10.2009
Arquitectura #11
11.09.2009
Berlim
11.08.2009
11.07.2009
Carta para Leonor* no dia em que faz anos
11.06.2009
Viciantemente bom
A maravilha que deve ser escrever um livro
11.05.2009
Se um dia a juventude voltasse
com a língua em teus cabelos dormiria no sossego
da noite transformada em pássaro de lume cortante
como a navalha de vidro que nos sinaliza a vida
sulcaria com as unhas o medo de te perder... eu
veleiro sem madrugadas nem promessas nem riqueza
apenas um vazio sem dimensão nas algibeiras
porque só aquele que nada possui e tudo partilhou
pode devassar a noite doutros corpos inocentes
sem se ferir no esplendor breve do amor
depois... mudaria de nome de casa de cidade de rio
de noite visitaria amigos que pouco dormem e têm gatos
mas aconteça o que tem de acontecer
não estou triste não tenho projectos nem ambições
guardo a fera que segrega a insónia e solta os ventos
espalho a saliva das visões pela demorada noite
onde deambula a melancolia lunar do corpo
mas se a juventude viesse novamente do fundo de mim
com suas raízes de escamas em forma de coração
e me chegasse à boca a sombra do rosto esquecido
pegaria sem hesitações no leme do frágil barco... eu
humilde e cansado piloto
que só de te sonhar me morro de aflição
11.04.2009
Destino
11.03.2009
É que até sou "Tridente" de zodiaco
Dizem
Sobrevoava a cidade num cansaço vagaroso. Elevado. Fazia-o na dormência de quem quer chegar a algum local, talvez a casa, mas precisa de libertar um último gesto, uma última carícia, ou um suspiro com o olhar. Planava sobre o rasto de luz dos carros em movimento, e deixava-se levar, pela corrente. Pairava sobre os prédios imóveis, que se transformavam em pontos pequenos, sobre a linha do horizonte. Voltava a descer, prendendo-se numa janela entreaberta, aqui, acolá. Sentia os abraços, as lágrimas ou os sorrisos, na distância segura de não ser visto, de não participar. Ouvia a beleza do eco de algumas palavras, que rebentavam nas paredes como bolhas frágeis, etéreas, sempre fugazes. Aquecia-se com o calor dos corpos a fazerem amor, protegendo-se da brisa suave que o voltava a puxar. Sentia-se pesado e caía como uma folha de Outono. Lentamente, em movimentos zonzos, circulares. Aterrou num riacho de lua, que seria música se não fosse água. Dizem que foi dar ao mar. Dizem que por lá ficou. Dizem, mas não se sabe ao certo.
11.02.2009
Ando muito musical...
[ Hello image
Sing me a line from your favourite song
Twist and turn
But you're trapped in the light
All the directions were wrong ]
... e a puxar para temas antigos