5.31.2009
Destination...
Lovely head
Goldfrapp, Lovely head
[ It starts in my belly
Then up to my heart
Into my mouth I cant keep it shut ]
5.30.2009
Pleurer
Duas pessoas
O que faz duas pessoas encontrarem-se? Entre tantas outras, entre tantos caminhos ou lugares? Entre infinitas hipóteses ou probabilidades improváveis?
O que faz duas pessoas gostarem-se sem ser preciso conhecerem-se muito? Por sentirem que nada mudará muito mais. Que nada falta que seja assim realmente tão importante.
O que faz duas pessoas terem essa curiosidade de se repararem? De se exporem sem reservas. Por vezes num acaso. Num acto irreflectido ou não racional. O que faz duas pessoas pararem num mundo em insuportável movimento?
Gosto de andar, mas gosto também muito de parar. Parar quando me apetece. Parar para poder seguir.
5.29.2009
"Gosto-te"
Gosto-te pelo sorriso e pelo sotaque. Pela fluidez dos gestos e das palavras. Soltas. Leves. Perdurando como o sabor de um vinho suave descobrindo os lábios.
Gosto-te porque existes num passado que não chegou a existir, mas que ambos sentimos tactuado. Algures, numa passagem dum poema. Numa nota de rodapé, num canto de um livro.
Gosto-te na decoração dum prato cuidadosamente elaborado. Pelo passar do tempo que nos foge sem se notar. Pelas imagens que surgem e pelos silêncios que não incomodam.
Gosto-te pelas cartas que não te escrevi. Por uma intimidade estranha. Por uma provocação.
Gosto-te pela sedução e pela inocência. Gosto-te porque me fazes pensar. Gosto-te por não saber o verdadeiro porquê. Gosto-te porque sim.
5.28.2009
5.27.2009
Dicionário de uma loira abrasileirada
5.26.2009
I was born to be with you
U2, Magnificent
[ Only love, only love can leave such a mark
But only love, only love unites our hearts ]
Inspirou-me um post a primeira vez que a ouvi, de surpresa. Como um raio inesperado. Passei a viajar nela sempre que a ouço. Sempre, numa viajem de paragens exóticas. Onde o tempo ficou esquecido num olhar profundo. Imóvel, mas duma energia contagiante. Um olhar preso ao teu. Táctil. De olhos-mãos. Um calor de deserto sábio que encontra o fresco sagrado duma mesquita secreta para se saciar. Para libertar um arrepio intenso. Indomável. Uma seda próxima que se cola ao corpo. Num toque físico. Sem nada dizer.
5.25.2009
Iliteracia
5.24.2009
Viver, todos os dias
Correr com a vontade da descoberta. Um chuviscar de músicas. Infinitas. Mil coisas ainda por fazer. Não ter tempo. Andar descalço. Uma carta. A magia do pequeno pormenor. Que já não se usa mas faz toda a diferença. Beijar na alma. Mordido, como se não existissem palavras. Pollaroids dispersas ainda que desfasadas de momentos perfeitos. Sentir a brisa na cara. Saber da nossa pequenez. Tocar com calor. Largar com arrepio. Roubar sorrisos de sol. Mil e um. Sentido de humor. De nós próprios. Abraços apertados. Dar o ombro sem nada dizer. Beber forças na inocência e alegria de uma criança. A dor de certos adeus nas saudades guardadas. Só nossas. Uma bebida de fim de tarde, naquele local secreto, junto ao mar. O mistério de certas pessoas e locais. Um vinho que se abre à lareira. Uma refeição que se prepara com amor. O toque esguio e feminino de um piano de cauda. A cultura do chá. O cheiro a café. A placidez silenciosa do deserto. Livros devorados como fome. Frutos e poesia. Sedução e sensualidade. O entrar num quadro e ficar por lá. O assombro de certos olhares. Uma noite mágica com gotas de luar. A loucura de um impulso incontrolável. Desejo. Sedas. Âncoras de amizade. Faróis que iluminam, rodando sobre nós. Tempestades. O saber envelhecer lentamente. Discrição e saber retirar. A infindável beleza e sonoridade do mar e de certas palavras. O toque das palavras ao ouvido. Gestos lentos e memórias. A densa envolvência do silêncio, como um fumo leve, sorvido, na pele porosa. Surpresas e acasos que não importa saber explicar. Dar, apenas por dar e escutar. Raízes e impossíveis. Jacarandás. Árvores imponentes num horizonte azul. Infindável. Praias desertas e encontros. Dúvidas e caminhos. Estranhas cumplicidades. Viver. Intensamente. Viver. Todos os dias.
Close your eyes
Apesar de não conhecer o cheiro, gosto dos ambientes e das sonoridades.
Densos. Envolventes. Lentos. Sensuais. Gosto de descobertas.
5.23.2009
O teu frágil perdurar
Escrever
5.22.2009
Far away
Bush, 40 Miles from the Sun
[ I need to lose to make it right
I'll confront the stars tonight
I will babble I will bite
You will never know how much you shine
40 miles from the sun ]
For K. with Love
Não via a K há muito tempo. K, chamemos-lhe assim. Não via a K ao tempo de já não pensar, ou me lembrar da K. Para aí desde os meus 18 anos, ou seja, há quase esse número de anos. A vida pode dar muitas voltas em 18 anos.
A K foi minha vizinha, anos a fio. Vizinha, e amiga de infância. Amiga de brincadeiras intermináveis. Amiga à distância de um hall de entrada, ora em minha casa, ora em sua casa. Amiga de aniversários. Amiga de ver crescer. Amiga de ficar cheio de mazelas por andar ao supapo para a defender. Amiga.
Ainda me lembro da tara da K em querer ser cabeleireira e de me querer cortar os meus cabelos, cheios de caracóis, à força, e eu a arranjar sempre artimanhas para escapar ileso. Ainda me lembro da mãe da K dizer que seria a minha namorada e eu dizer que éramos só amigos, por já gostar daquela que viria ser a minha primeira namorada no jardim escola. Ainda me lembro do luxo de jogar, mais tarde, PacMan em casa dela, no tempo em que ninguém tinha videojogos, e que o pai da K trazia de Paris. Ainda me lembro das longas noites de Pictionary ou de King com os pais da K, ou das audições de ballet, onde ficava com uma leveza linda, ou das tardes no picadeiro quando começou a participar nas provas de equitação.
A K sempre teve tudo. Tudo a um estalar de dedos, mas sempre fora uma miuda perdida e muito influenciável. Ouve um dia em que os pais decidiram mudar de casa. Mudar de terra, por causa do negócio próspero do pai, e foi assim que me afastei da K. E que fomos perdendo gradualmente o contacto.
Soube, muito mais tarde, que voltara. Mais tarde ainda que o negócio do pai tinha ido à falência. Que os pais se tinham separado. Vi umas duas vezes a mãe da K com os olhos baixos, incomodados, tristes e envergonhados, e o pai como uma sombra vegetal. Um fantasma irrecuperável.
Fui sabendo, de tempos a tempos, coisas tristes da K. Que tinha graves problemas de dependência de drogas. Que passava os dias na rua com muito más companhias e vivia com a mãe. Que custava olhar para ela. Que estivera num tratamento em Espanha e engordara imenso. Que engravidara dum pai desconhecido. Que abortara. Coisas terríveis, mas nunca mais vira pessoalmente a K.
Há pouco tempo, quando regressava a casa cruzei-me com uma rapariga pálida mas morena. Frágil, disforme, que me chamou pelo nome. Só conheci a K após longos segundos. Segundos, que me pareceram horas, até encontrar uns olhos familiares a dançar ballet. Dei-lhe dois ternos beijos, comovido, quase não querendo acreditar no que via e perguntei “Que é feito de ti”. Começou a chorar. Perguntou com uma voz rouca e arrastada: “ainda te lembras de mim? Lembras-te…? Sabes? Não imaginas há quanto tempo não me davam dois beijos e perguntavam por mim”…
5.21.2009
O avesso das coisas
5.20.2009
Chefe
Lisboa - Referência: 679 (M / F)
Requisitos
1. Não fazer azelhices ao volante e dizer que os outros é que têm a culpa (e ainda por cima apitar). É que, basta usar o senso comum para perceber que normalmente quando muitos parecem estar equivocados normalmente somos nós que estamos.
2. Não repetir a mesma coisa constantemente e interminavelmente (sobretudo no mesmo dia) – sugere-se o visionamento da personagem Michele do Alô Alô
3. Não chamar uma pessoa (por sinal com muito que fazer) à sua sala para discutir um tema e depois interromper constantemente com conversas de "chacha" intermináveis (e completamente desnecessárias) ao telemóvel.
4. Não convocar reuniões (sobretudo não programadas) às 19h00 para discutir o sexo dos anjos só para lixar a hora de saída devido ao facto de não ter vida pessoal e não lhe apetecer ir para casa.
5. Não ficar sentida por lhe dizerem o que realmente pensam e criticarem o que não acham correcto ou aceitável.
6. Não repreender em público (porque se vier a acontecer comigo a coisa vai azedar) e não ficar extremamente ofendida pelo facto de lhe dizerem que pode sempre fazer criticas mas em privado e, quando o fizer, devem ser com casos concretos ou factos e não apenas por sensibilidades ou analogias a outras pessoas.
7. Não exigir trabalhos de urgência para depois nem sequer os ler.
8. Não querer descobrir um caminho novo (que tem a certeza que também dá) quando lhe garantem que não dá (sobretudo se for à hora de ponta no centro do Porto).
9. Não telefonar para saber algo (que poderia esperar) durante a hora de almoço.
10. Não pedir aos outros para tratarem de assuntos pessoais, ou que nada lhes dizem respeito, por serem questões inconvenientes ou de profunda indelicadeza.
11. Não criticar um estilo de condução mais “desportivo”, e depois conduzir com telemóvel sempre ligado, não se lembrar que convém ir aumentando as mudanças ou deixar de subir passeios quando se entra nos parques de estacionamento.
12. Falar directamente com a pessoa de quem quer saber algo, não envolvendo uma terceira, gerando quase sempre, triangulações evitáveis, confusas e férteis em mal entendidos.
13. Saber que existe uma coisa chamada agenda electrónica e (imagine-se!!!) que pode ser partilhada. Se for, de todo, impossível usar pelo menos uma tradicional (que já é um primeiro passo).
14. Não prolongar as reuniões à hora de almoço, ainda por cima no restaurante que diz ser excelente (e por acaso, mas só por acaso, não é) e ainda pensar que lhe ficamos eternamente agradecidos.
15. Não referir nas reuniões com clientes que onde se almoça mesmo bem é no tal restaurante mencionado, só para não embaraçar os colegas.
16. Não nos deixar no hotel, depois de um dia cansativo, e ainda nos fazer acompanha-la para tratar de assuntos pessoais.
17. Rever certos conceitos, como a indelicadeza para com pessoas humildes (que apenas estão a trabalhar e não lhe dependem hierarquicamente), o ridículo de certas barbaridades proferidas e a noção de que o seu ego e status se calhar não são assim tão elevados como quer parecer crer.
18. Conseguir manter uma estratégia definida, pelo menos... uma semana e evitar (pronto!!! reduzir) o “faz o que eu digo não faças o que eu faço”.
19. Pode ser saloia ou tia, mas terá de fazer uma opção (por manifesta incompatibilidade dos dois estilos).
20. Não utilizar perfume (sobretudo aliado a laca) em viagens de carro (mais grave ainda quando parece existir uma competição com as restantes colegas).
21. Não criticar os colegas à minha frente sem eles estarem presentes, mesmo após já lhe ter pedido para não o fazer.
22. Não se auto-elogiar da qualidade irrepreensível dos seus trabalhados, dando-os (não como base, mas como bíblia sagrada e intocável) e depois criticar o que lá está com o argumento de que (quando confrontada) foi feito há muito tempo e as coisas mudam.
23. Não tomar suposições por certezas quando não se esteve presente.
24. Ter sentido de humor, ou pelo menos saber sorrir.
E pronto. Apesar de cansado, acho que não é pedir demais...
Por razões de confidencialidade e risco (ou dádiva) de despedimento o anunciante é omisso. As candidaturas podem ser enviadas para este apartado, preferencialmente manuscritas a aparo, lacradas e com fotografia sépia (sou um purista, perdoem-me), contendo uma parte do corpo que considerem de elevada sensualidade (para o caso de manterem algum dos defeitos poder ter uma atenuante).
Serão contactadas nesta ou numa próxima encarnação. Mesmo não sendo a eleita, informa-se, que teremos a delicadeza de enviar um pombo correio ou um sinal de fumo. No caso do pombo, apenas se solicita que, a ser confeccionado, lhe dediquem a merecida atenção não esquecendo a apresentação do prato e o acompanhamento por um vinho de qualidade (de preferência nacional). No caso do sinal de fumo nada se solicita, com excepção das possíveis Pocahontas (às quais se apresentam, desde já, as desculpas pelo uso de meio, para si tão curriqueiro) ou às fumadoras compulsivas, às quais se solicita apenas que não inspirem totalmente sob pena de inviabilizarem futuras comunicações.
Com os melhores cumprimentos,Michael Page International
Yes you are
Whenever she's feeling insecure
Whenever her face is frozen
Unable to fake it anymore
Her shadow is always with her
Her shadow will always keep her small
So frighten that he wont lover her
She builds up a wall ]
5.19.2009
Fadiga
Blackberry
5.18.2009
Invento
Machismos e Melancias
5.17.2009
Viagem
Nunca me soube tão bem um cigarro. O pátio aluado. Alheado de tudo. De todos. De mim próprio. Imagens que surgem
Perspectivas ou o desafio espelhado
Numa das primeiras formações que tive, no já longínquo início de carreira profissional, fiz um pequeno jogo que achei curioso e que nunca esqueci. Foi uma formação longa e, logo na primeira sessão, antes de conhecermos qualquer dos elementos do grupo, apresentámo-nos individualmente (de forma muito breve. Sucinta), e cada um escreveu num pequeno papel uma descrição sumária dos principais traços da personalidade que cada um dos participantes nos suscitava.
Esses papeis foram religiosamente guardados para serem revelados apenas no final da formação, que durou cerca de 4 meses num regime bastante intensivo, permitindo, consequentemente, um relativo bom conhecimento dos elementos do grupo (ninguem se conhece completamente). Cada um leu depois o que escreveram sobre de si.
Este simples e curioso jogo permite perceber as grandes diferenças que podem existir da ideia pré-formada duma imagem inicial ou primeira impressão (quantas vezes errada). Mas não só. Permite também aferir que, muitas vezes, a imagem que temos de nós próprios nem sempre é percepcionada da mesma forma pelas pessoas com as quais interagimos. Por vezes, até com as mais próximas. As mais chegadas.
Este pequeno episódio, que partilho, fez-me pensar nos que me acompanham por estas bandas: alguns muito recentemente, outros fiéis seguidores, de longa data. Alguns que conheço mal, outros que conheço já o suficiente (alguns até - poucos- que tive o prazer de conhecer pessoalmente). Fez-me pensar na questão: Como me vêm? O que transmito para os outros? Será que me vêm de uma maneira muito diferente de como me sinto? De como me vejo? De como gostava que me vissem?
Gostava assim, que aceitassem o desafio de escrever umas linhas (ou adjectivos) sobre o que vos transmito. Quais os mais vincados traços de personalidade que vos faço passar.
Notem que não pretendo um exercício narcísico ou de elevação do ego, antes pelo contrário, gostava de sinceridade e crueza absoluta. E, não gostando, por ai além de desafios, gostava, desta vez, que o pudessem fazer.
É este o desafio que vos lanço. É este o desafio que talvez gostassem de vos fazer a vós próprios. Fica o desafio...
5.16.2009
Two more years
Bloc Party, Two more years
[ Two more years, there's only two more years
Two more years, there's only two more years
Two more years so hold on ]
Para uma menina que gosto de ler, porque já passou. Porque há-de passar. Porque tudo passa .)
Curso culinário 1
Chicken in the basket
* causa percepcionada e altamente justificável
5.15.2009
Juntos, na escuridão
Orgulho em estilhaços
Os novos pecados mortais: Flirt em Andrómeda-News
5.14.2009
Canibalismo
5.13.2009
Trolhas
Ycatu
Imobilidade
Permanecia imóvel. Respirando. Cansando os olhos atentos. Sentindo o sangue,
O tédio de tudo ter feito. De tudo ter podido fazer. Nunca suficiente ou apaziguador. A alegria das coisas simples, intensas mas sempre fugazes. A sensação insuportável de nada desejar. A ausência de algo que sempre faltava. Que sempre lhe faltaria. Seria tão fácil se o soubesse.
A solidão entre uma multidão de caras. Um mundo cada vez mais distante. O afastar do outrora próximo. Pessoa a pessoa. Lugar a lugar. Uma amarra que se soltara. Irrecuperável. Um barco à deriva.
Permanecia imóvel. Abandonando esperas e equivocos. Todos se enganam, a dado momento, com frases feitas. Os outros. Os próprios. Com mais ou menos conforto. Com mais ou menos alentos ou laivos de fé. Falsas esperanças. Mentiras.
Permanecia imóvel partindo numa música ou com um pássaro da janela. Surgia-lhe uma frase do nada "Partir para onde?", rebentando-lhe a bolha onde levitara por ténues momentos. Regressava. Para quê? Se nada chama. Se nada se deseja. E o cansaço incansável. Impiedoso. A ganhar corpo ao próprio corpo.
Não resistia. Imóvel. Com uma sonolência a invadir-lhe a pele. Sorria-lhe, para dentro, sem um sorriso. Talvez a dar-lhe as boas vindas. Consciente da partida. Próxima. Reconfortante.
Permanecia imóvel esvaziando o tempo. Podendo ainda mudar o rumo. À distância de um simples desejo que tardava em não querer aparecer. Talvez por o saber não duradouro. Não suficiente.
Não esperava já nada. Nada. Ninguém. Perdera o interesse de tudo. Até da surpresa. Apaixonara-se facilmente demais. Pelas pessoas. Pelas coisas. O que lhe tornava insuportável vê-las morrer nas suas mãos. Nesse prazo de validade que sempre o atraiçoava.
Andava no mundo arranstando-se. Prestando atenção
Não gostava de despedidas. Estava cansado. Os olhos atentos fecharam-se, finalmente numa imobilidade de campos de trigo, já não presenciando o estilhaçar do frasco agarrado e um saltirar redondo de ritmo colorido, que o tempo fez o favor de também silenciar.
5.12.2009
Fight Club
À seguinte frase, que infelizmente tenho sentido demasiadas vezes, ultimamente
"A morte é de certa maneira uma impossibilidade, que de repente se torna realidade"
Johann Goethe
Respondo frequentemente com esta outra
"Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo"
Carlos Drumond de Andrade
Cada vez detesto mais certas injustiças mas nunca acreditarei em impossíveis.
Que árvore é esta? ou como apanhar um bajulador idiota?
- Já viu esta árvore fantástica? Sabe que árvore é?
- Sim sim que grande árvore... Soberba! Imponente! É... é... (em aflição)
- Uma figueira
- Exacto, estava-me a faltar o nome... Adoro figos! Tinha imensos na terra dos meus pais.
- Ah sim? Mas já viu bem que esta não tem nenhum?
- Humm ... pois... Deve ser do clima ou... de não ser o tempo deles. De facto não os estou a ver.
- Pois, meu caro. É de facto um belíssima árvore. Mas um sobreiro.
Ando sem paciência nenhuma para bajuladores descarados e para quem fala do que não sabe só porque acha que deve estar sempre a falar
5.11.2009
5.10.2009
Ao avesso
O interior dos espelhos
Gosto de espelhos venezianos e dos reflexos da tua dança que neles passou a habitar. Uma flamenca luta interior, que presinto. Que se alojou no ouvido atento. O bater dos teus saltos, de noite. Ora próximos. Ora distantes. Presentes como uma sombra pairando. Ocupando os espaços.
O teu andar, a estilhaçar os olhares que te fazem. A afasta-los a todos. Na distância felina de não te deixares alcançar. Todos. Menos o meu. Quando te olho vejo-te por inteiro. Sem máscaras. Nítida. Próxima. Numa gôndola que sempre te traz para perto. Perto demais.
Suave mistério, o que nos ligou. Guardo-te no interior dos espelhos. Nos venezianos, que são os mais charmosos para te guardar.
5.09.2009
Comunismos blogosféricos
Weekend
Os Pontos Negros, Conto de fadas de Sintra a Lisboa
Porque o fim-de-semana bateu finalmente à porta...
Porque é sempre bom apoiar a música portuguesa...
Porque as fadas escasseiam e há quem prefira as bruxas más...
Porque um ponto negro pode ser um sinal...
e porque me apetece boa disposição...
5.08.2009
Claridade
5.07.2009
Pequenas diferenças
Não sou, de todo, uma pessoa invejosa ou até muito materialista, mas isto de terminar um dia lixado, com uma reunião, e saber que, só o fringe benefit do plafond mensal do cartão de crédito (para despesas pessoais), do dito senhor, é superior ao nosso vencimento é, no mínimo, um bocadito pró deprimente. Já não faço mais nada hoje. Pronto!