Não escrevo há tanto tempo, talvez por respeito a esse pesar ou chamamento, a essa maré que sempre me regressa e me busca, ora desenrolando novelos indeléveis e quase indecifráveis, ora atirando pedras que estilhaçam abruptas nas janelas e ecoam por muito tempo.
Não escrevo há tão pouco tempo e no entanto parece tanto... Quando assim acontece é como acordar de um sono que nunca se chegou verdadeiramente a dormir ou a recordar ofegante uma vida que não se chegou verdadeiramente a correr, como quem recebe uma estranha parte de nós que esteve ausente por parte incerta mas sempre nos pertenceu e sempre nos pertencerá.
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