4.01.2010

Nas tuas ondas

Deitado na cama, desfeita em silêncios, na suave maciez do corpo despido, agitava com as pernas a brancura amachucada pelo tempo, ondulando, à deriva, no vasto vazio infindável, longe de tudo, perto, ainda de ti. O barulho desse movimento, como o rebentar das ondas sem nunca ter um fim, sem nunca se gastar. Um búzio vivo a sussurrar a tua voz e o que mora por detrás do teu nome, a trazer-te num movimento lento de peixes verdes, deixando reflexos de madre-pérola ou do teu sorriso. E assim mergulhas dentro de mim, até não conseguir mais suster-te e ter de te libertar por vir à tona respirar. Não são saudades, não são limos separados dos abraços desfeitos, são ondas, apenas ondas. As tuas ondas ainda a bater em mim.

4 comentários:

gabrielle disse...

lindíssimo!

Lena disse...

Não me vou desculpar com a bebiba LOL
São de uma suavidade estes textos... fazem sonhar e esquecer a tortura da realidade.
Obrigada

Pi disse...

muito bonito, ...como as ondas!
e como as saudades de quem se gosta.

bjo

um perfeito estranho disse...

Bendita mulher capaz de inspirar "ondas de paixão".

Assíduos do shaker

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin