Deitado na cama, desfeita em silêncios, na suave maciez do corpo despido, agitava com as pernas a brancura amachucada pelo tempo, ondulando, à deriva, no vasto vazio infindável, longe de tudo, perto, ainda de ti. O barulho desse movimento, como o rebentar das ondas sem nunca ter um fim, sem nunca se gastar. Um búzio vivo a sussurrar a tua voz e o que mora por detrás do teu nome, a trazer-te num movimento lento de peixes verdes, deixando reflexos de madre-pérola ou do teu sorriso. E assim mergulhas dentro de mim, até não conseguir mais suster-te e ter de te libertar por vir à tona respirar. Não são saudades, não são limos separados dos abraços desfeitos, são ondas, apenas ondas. As tuas ondas ainda a bater em mim.
4 comentários:
lindíssimo!
Não me vou desculpar com a bebiba LOL
São de uma suavidade estes textos... fazem sonhar e esquecer a tortura da realidade.
Obrigada
muito bonito, ...como as ondas!
e como as saudades de quem se gosta.
bjo
Bendita mulher capaz de inspirar "ondas de paixão".
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