... de um novo ano brilhante e solarengo com o melhor de todos nós!
12.31.2010
12.25.2010
All you need is now
[Duran Duran, All you need is now]
Querer aprisionar o mundo numa fotografia, para lhe sorver e conservar intactas todas as subtilezas e pequenos nadas invisíveis ao nosso tempo. Olha-las à distância e acariciar-lhes os cabelos infinitos. Trazer-lhe as sombras outrora ocultas no bolso das calças e puxá-las ao calor do dia numa nova luz. Observá-lo como quem trinca uma fruta sumarenta, sedosa e escorrida. Absorver-lhe o líquido que não é água nem sangue mas se mistura com o corpo - matéria invisível contida num olhar ou gesto apagado. Avivado dum nada que sempre caminhou ao nosso lado, destapando um cheiro ou uma imagem. Viver o momento intensamente, em todos os lugares e um dia, quem sabe, talvez regressar.
Já não escrevia há muito tempo. Já não ouvia estes meninos há muito também.
12.15.2010
Ho Ho Ho [versão digital]
Sei que ando quase sem tempo para nada
Sei que tenho vindo muito pouco a estas bandas
Sei que ligo pouco à época natalícia
mas também sei que não queria deixar de desejar a todos umas boas festas
12.12.2010
Cada vez gosto mais do Porto
[Rota do chá, Porto]
Cada vez gosto mais do Porto, das suas gentes e dos seus locais.
Sempre descubro novos cantos e encantos, sempre me sabe a pouco, sempre prometo voltar.
12.05.2010
Luna Pena
12.04.2010
11.11.2010
Oração
Escuta os arrepios do corpo e o balançar da ondulação
Envelhece sem a pressa de partir mas na vontade do dia que se segue
Pesa a beleza das palavra nos ecos mais simples, destapados ao silêncio
Respira fundo até teres a lua dentro de ti e mia-lhe baixinho com o calor das mãos
Nada despido de preconceitos
Pensa por ti e pensa nos outros
Ama, entrega-te e faz sorrir
Aperta o passado ao futuro para seres brindado por momentos irrepetíveis
Abraça com a força com que te dás
Agradece o saber da idade e o poder da loucura
Dorme de bem com a consciência
Apaga a luz mas mantêm-te sempre aceso para o mundo
10.28.2010
Abro os olhos
10.26.2010
Sinto muito
O telefone móvel imobilizado, na senhorinha, vibrando preso ao silêncio do quarto, piscando no escuro sem conseguir libertar as vozes sentidas do que nunca se espera, aconchegando na sua mudez mensagens aflitas de nada saberem dizer pela palavra. A mãe de Júlia morreu e a noite foi mais lenta e mais fria.
[um abraço muito forte e um pequeno beijo na testa]
10.15.2010
Cumplicidades
Um "Eu" nunca existe só, sem um "Outros". Por isso, sou também muito daquilo que leio, daquilo que ouço, daquilo que vejo e observo por onde passo. Sempre serei cúmplice do mundo e do acaso, e em mim sempre existirão "Outros" que se diluem e me passam a correr no sangue e a fazer um bocadinho mais do "Eu", um bocadinho mais de mim.
10.14.2010
10.07.2010
Beginning workout
The Strokes, Heart in a Cage
beginning workout. respira. outra vez, mais uma. sente o céu, o rio, a liberdade. corre até não poderes mais. deixa a chuva tocar a tua pele, misturar-se com o teu suor, apaziguar por momentos o palpitar do coração, o pulsar do sangue. morde a paisagem com os olhos, toca as árvores sem as tocares e deixa voar os pensamentos. testa os teus limites. descobre novos lugares. respira. outra vez, mais uma. corre com a música que te invade o corpo. corre até à lua e volta outra vez. corre contra o dia que passou e pelo dia que há-de vir. Vicia-te. Sê o teu melhor inimigo. Solta o coração da jaula do teu corpo e corre. corre até não poderes mais. workout completed.
10.05.2010
Crescer
10.04.2010
Vespa [velhinha]
Continuo com muita vontade de uma coisinha destas [velhinha, velhinha, velhinha] para restaurar e, já agora, para conjugar devidamente com uma coisinha destas
10.03.2010
No céu da boca
10.02.2010
De Espanha...
10.01.2010
Just do it
The Killers, Shadowplay
Retomados os treinos para mais uma corrida do tejo da nike [sempre acompanhado de música que não me deixe indiferente] ficou esta, hoje, a ecoar no ouvido.
Já agora, alguém mais vai estar presente?
9.30.2010
9.29.2010
O teu nome
9.28.2010
Se
9.27.2010
Agradecer
Agradecer o que se tem - não forçosamente tudo - o essencial.
Agradecer o que se teve e se guardou fundo e precioso, na película mais fina e delicada.
Agradecer o que se pode ainda ter: os trambulhões, os recomeços, as surpresas e os impossíveis, as coisas mágicas e as mais simples.
Agradecer o ontem, o hoje e o amanhã.
Agradecer a vida.
Agradecer o tempo.
Agradecer o que nos toca e o que nos fica.
Agradecer o que sempre nos vai acompanhar.
Agradecer o que somos.
Agradecer o que podemos ser.
9.26.2010
9.22.2010
9.20.2010
Night beach
9.19.2010
O avesso da voz
9.17.2010
Suspiro...
Dolce & Gabbana Martini Gold add
interview with Monica Belluci
Gosto do que vejo, mas mais ainda do que ouço
9.16.2010
Será desta?
9.15.2010
Era sempre assim
Trazia-a sempre consigo, colada ao interior da pele. Quando tinha de a deixar doía-lhe baixinho uma maré e entregava-lhe as anémonas do seu corpo, suspensas num azul antigo, até ao regresso das suas mãos. Quando se encontravam beijavam-se muitas vezes e tocavam-se como na primeira vez. Era sempre assim. Sempre, assim.
9.14.2010
9.09.2010
9.08.2010
9.07.2010
Prestoadagiato*
Liszt, "Totentanz" by Valentina Lisitsa
Toca-me e não digas nada. Toca-me apenas, assim, com mãos de piano e ouvidos de arrepio. Tenho no peito as escalas para subires aos cumes do meu mundo e claves de sol no meu abraço apertado. Desertos de pele e gritos de tempestade. Notas de ébano e marfim, para desembrulhar contigo, noite e dia. Por isso toca-me e dança encostado a mim e ao céu estrelado nesta música de água morna.
* escrito no feminino
Compromisso
O meu compromisso não é com a memória
com os pedaços de pele
que deixei na boca dos cães
com a inquietação das ondas
que me temperaram de sal e tempestade
O meu compromisso não é com o riso
nem com os gritos nem com as lágrimas
O meu compromisso não é com os olhares
com os murmúrio com o vento
O meu compromisso não é contigo
por mais que eu te ame
e sejas o voo da minha liberdade
O meu compromisso místico e solene
é com o corpo exacto fugidio sedutor
equívoco imperativo do não dito
O meu compromisso
é com as palavras.
Rosa Lobato Faria
9.06.2010
9.01.2010
8.30.2010
Viajar
8.28.2010
Tu, antes de te conhecer
O tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias, como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo, mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer. Eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar, que eu amava quando imaginava que amava. Era a tua a tua voz que dizia as palavras da vida. Era o teu rosto. Era a tua pele. Antes de te conhecer, existias nas árvores e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde. Muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.
José Luis Peixoto
8.26.2010
A primeira pessoa
Há muito tempo que não escrevia na primeira pessoa. Talvez por existirem quase sempre muitas pessoas à frente, remetendo a "primeira" para uma espécie de observador sentado numa núvem [narrador atento, eterno suplente], só descendo numa emergência ou aflição.
Quando se conhece bem uma pessoa, ela é também muito aquilo que não precisa de dizer. Muito do que observa e absorve e lhe passa a correr no sangue, muito do que guarda em fotografias de película fina entornadas um pouco no olhar, muito do que faz sentir, sem necessidade de escritos ou de qualquer palavra.
Há muito tempo que não escrevia na primeira pessoa e não sabia mesmo se o voltaria a fazer por aqui. Não por decoro ou reserva, receio ou modéstia, talvez apenas por saber da fragilidade das palavras e dos ouvidos das pessoas, que tantas vezes criam ou tomam para si sentidos que nunca existiram, lá está, na tal "primeira" pessoa.
8.23.2010
8.22.2010
8.20.2010
Ele há coisas fantásticas
Completamente maravilhado com o que um MAC + garage band + teclado e boas colunas podem fazer. Quase, quase a este nível
8.19.2010
6.25.2010
Infinito fim
Toranja, Fim
A mercearia de bairro encerrou [ou faz, talvez, uma pausa prolongada].
A todos o meu sincero obrigado e até um destes dias [por aqui ou, algures, por aí...]
6.24.2010
Assim é a poesia
Não sei onde acordei, a luz perde-se ao fundo do corredor, longo, longo, com quartos dos dois lados, um deles é o teu, demoro muito a chegar lá, os meus passos são de menino, mas os teus olhos esperam-me com tanto amor, tanto que corres ao meu encontro com medo de tropeçar no ar - ò musicalíssima.
Eugénio de Andrade
6.23.2010
Tatuagem de sol
6.22.2010
Au revoir
6.21.2010
Ternura amarrotada
Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
David Mourão-Ferreira
6.20.2010
Saudades
Entram devagar, sem avisar - as tuas saudades. Descem com os pés frios e põem a perna sobre o meu corpo. Prendem-no, embalam-no, abraçam-me. Instalam-se, a pentear cabelos e a navegar no meu rosto, num silêncio nocturno.
Duas luas de jade irrompem magnéticas do escuro, dançam como o mar e misturam-se nos meus olhos. Inundam-nos do teu sorriso, do teu calor e dão-lhes as mãos. Resgatam-nos para outro tempo, para outro lugar - coordenadas mágicas que fizemos só nossas.
Os teus lábios desabotoam, com pressa, as roupas espalhadas, preservando o calor, na calma das conversas infinitas, que se prolongam até a noite nos sussurrar o sono entrelaçado.
Entram devagar, sem avisar - as tuas saudades - e estão aqui comigo. Tu comigo, aqui, agora.
6.19.2010
6.18.2010
Esquinas de mar
Escolhe-se uma varanda, acende-se um cigarro e levita-se para lá das nuvens, para lá da lua, mergulha-se para lá do tempo, para lá de nós. O mundo parece tão pequeno, insuficiente, as perspectivas transforma-se e fica-se mais leve, mais lesto, mais ausente. Vê-se a vida em câmara lenta. Recordam-se cheiros e imagens, fragmentos guardados e esquecidos, alguns que passaram despercebidos, outros sempre presentes, apenas à espera de um braço para os puxar. Tudo noutra velocidade, noutro tempo. Um oceano infinito inunda-nos e deixamo-nos viajar em movimentos de anémonas. O próximo parece longe, o distante uma sombra das nossas vontades, ainda imóveis, por descobrir. O mar também tem esquinas, mas sempre será vasto e cantará ao ouvido os seus caminhos.
6.17.2010
Stop for a minute
Não adormeças nunca de mim
Não adormeças: o vento ainda assobia no meu quarto
e a luz é fraca e treme e eu tenho medo
das sombras que desfilam pelas paredes como fantasmas
da casa e de tudo aquilo com que sonhes.
Não adormeças já. Diz-me outra vez do rio que palpitava
no coração da aldeia onde nasceste, da roupa que vinha
a cheirar a sonho e a musgo e ao trevo que nunca foi
de quatro folhas; e das ervas húmidas e chãs
com que em casa se cozinham perfumes que ainda hoje
te mordem os gestos e as palavras.
O meu corpo gela à míngua dos teus dedos, o sol vai
demorar-se a regressar. Há tempo para uma história
que eu não saiba e eu juro que, se não adormeceres,
serei tão leve que não hei-de pesar-te nunca na memória,
como na minha pesará para sempre a pedra do teu sono
se agora apenas me olhares de longe e adormeceres.
Maria do Rosário Pedreira
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