Diz-se. Dizem. Ouve-se dizer. Que importa o que se diz, se vem por mensageiro ou distância. As palavras são sempre voláteis. Escorregadias e muito frágeis. Necessitam de mãos e olhares porque rebentam como bolhas de sabão ou armas carregadas. Partem-se e partem para sempre do seu sentido. Pelo menos como se disseram. Como se queriam dizer. Morrem sem ar. Gravitam, algures, sem poderem ser abraçadas do seu calor. Sabes? As palavras serão sempre órfãs. Pois falamos com palavras, com silêncios e com entoações. E o papel será sempre branco. E a distância será sempre longa. E o tempo será sempre tarde. Tarde demais.
4 comentários:
Não consegui esconder as lágrimas ao ler estas palavras. Elas, para mim, não foram órfãs.
Muito bom DRY
Beijo
Soberbo
o vazio de palavras quando o que sentimos é impossível traduzir em... palavras
Se pudesse num comentário apenas mostrar-te o meu sorriso...
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