Passei uma reunião inteira a ouvir frases feitas providas de um dogmatismo oco. Imediato. Certezas irrefutáveis: “É isto”. “É aquilo”. “Não há dúvida que é assim”. “Não espero que seja assado, frito ou cozido”. Quaisquer dos pequenos reparos ou alertas lançados, a possíveis diferentes hipóteses, perspectivas ou meras necessidades de acautelamento até aprofundar o tema foram sempre peremptoriamente rejeitadas (imediatamente e levianamente). Apesar de não ser religioso juro que se fez uma luz com a frase bíblica “Seja feita à sua vontade, assim na terra como no céu” passando a permanecer calado (mas com ar bastante tranquilo e bem disposto pelo fervilhar de certezas verificado na sala). Confesso que me apeteceu apenas uma de duas coisas: pedir a chave do Euromilhões (já que é sexta-feira) ou lançar para o debate o tema da pseudo-masculinidade do tipo que vestia roupa interior feminina e coçava os genitais. Consegui conter-me. Tenho uma certeza: Sou uma pessoa mais feliz.
1 comentário:
Pois... eu balanço sempre entre a felicidade de me calar e a felicidade de dizer de minha justiça e não ficar com coisas atravessadas na garganta ... ainda não cheguei a conclusões definitivas ...
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