Mephisto era um gato pequeno e discreto. Uma espécie de tigre jovial saído da máquina de lavar, debutado em tons cinza brilhantes e riscas nocturnas. Apesar da sua tenra idade, tinha já instinto, independência, charme, carisma e requintes de malvadez irresistíveis. Quem o teria ensinado?
De uma normalidade quase banal, que o afastava de peluches de pelo fofo e mantas para aquecer os pés, tinha uma descrição inglesa e um andar quase poético. Passando, por essa razão, a maioria das vezes despercebido aos comuns mortais.
Mas seus olhos eram poço sem fundo onde vi, um dia, numa palete de cores sem nome, o som dos Deuses a banharem-se nas suas águas profundas.
Era um simples gato pardo e um mistério do universo.
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