5.21.2013

5.08.2013

Ainda há tempo


Ainda há tempo para roubar um sorriso, para descobrir o acaso
Ainda há tempo para rolar na relva, para dar a mão à poesia
Ainda há tempo para entrar na noite escura e acenar ao passado
Ainda há tempo para ser simples e inteiro, baralhar e dar de novo
Ainda há tempo para repartir e dividir, para fechar os olhos e tudo ter
Ainda há tempo para poisar nos teus cabelos, respirar, dormir na tua sombra
Ainda há tempo para o mar, para o arrepio, para bossanova
Ainda há tempo para sacodir as palavras, espantá-las livres como pássaros 
Ainda há tempo para amar a vida
Amar, sem medo, sem pé, como quem se inunda de facas


5.01.2013

Match Point


O Estoril Open tornou-se uma espécie de aldeia dos macacos sem a inocente graça e naturalidade dos mesmos, mas mantendo uma certa, digamos, curiosidade antropológica, não fosse triste a exacta amostra do país. Nele gravitam um fraco verniz 'empiriquitado' de umas quantas caras conhecidas: da advocacia, à política,  do jogador da bola à revista cor de rosa, misturando-se num rebanho denso, uniforme, que se põe a jeito da fotografia fácil. Emanando conversa de circunstância, sexista ou de humor duvidoso, desprovida de qualquer charme, qualquer inteligência, com uma gritante falta de valores nas suas frases feitas ou pensamentos amorfos e um despudor de quem vai a um evento desportivo apenas pelo acto de se fazer ver mostrar nessa montra de zoo, grande maioria sem pagar, ou pôr o 'Laboutin' no corte, sem o mínimo de conhecimento ou interesse na sua essência - Ténis. Ficando apenas pelo croquete grátis e espumante rosé. Triste espectáculo, debotado. Terra batida esta onde se jogam as aparências e se iludem as realidades.

Assíduos do shaker

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