Misturo-me no teu calor e na tua pele dissipo a lisura das mãos. Navegam por ti, soltas, brancas, antigas. Como que polidas pelo mar. A tua beleza fere como a manhã mais luminosa, ali adormecida, ondulando em mim. Flutua comigo, no sangue, na respiração. E por ali fico a noite toda, abraçado a ti, encaixado nesse silêncio cúmplice, náufrago desse teu calor. Nessa dança aluada, nessa cantiga, preso ao cheiro dos teus cabelos.
Misturo-me no teu calor, abrigado da chuva na curva das tuas pálpebras fechadas que me fazem ver a simplicidade na imensidão.
Sem comentários:
Enviar um comentário