5.01.2012

Sayid, o pardal libanês


Atira-te Sayid porque o mundo é pequeno demais para quem já percorreu os céus. Esgota-se depressa nas palavras repetidas que se despem como pétalas às imagens vividas e a luz começa-lhes a desvanecer, mais pesada, assentando fria nas pedras antigas. Tu Sayid cujo canto já pouco embala o vento que conheces como irmão. Foste o que quiseste, nada mais. Fizeste os dias curtos e os anos pequenos às luas redondas das noites quentes. Seguiste o teu trilho, os teus lugares, os telhados e janelas de quem quiseste espreitar. Nada pediste. E agora Sayid sentes-te preso numa gaiola, eu sei. Soube no teu olhar ter chegado a tua hora. Resta-me agradecer-te as visitas e a despedida desprendida. Adeus amigo Sayid. Atira-te, mas não te deixes cair.

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