Escorres-me dos pensamentos até aos lábios, suspensa no peso da saudade, num mel espesso e vagaroso interior. Fecundo, sedoso, que te arrasta diluída no doce dos sentidos, misturada em mim. Algures, por dentro da pele - entre um brilho de sol nas searas e passos descalços a correr - vagueando nua, em mim, entre músicas e imagens soltas à tua passagem, que te dissolvem no meu lago cristalino, que apenas ondula quando te vai e vem buscar. Lentamente, sem pressa de chegares, aconchegas-te e ficas, na dança do teu sabor. Escorres-me em mel, e em mel te conservo, todo este tempo e o que ainda há-de vir, neste favo da memória, que não parte com as abelhas nem no aroma das flores. Um mel pegado aos dedos, um mel colado a um sopro do coração.
5 comentários:
Gosto muito dessa foto da Monica Belluci, aliás, confesso que acho essa mulher a definição de "mulherão"!
Palavras bonitas ... como sempre.
xin xin
Trata-o (ao amor) bem, para que seja sempre doce. Conserva-o.
É um privilégio amar (e ser amado) assim. :)
Um verdadeiro pote de mel, esta tuas palavras...kisses
magestralmente elaborado!
Obrigado pelas vossas palavras exageradas, mas doces :)
XinXin
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