Morro e escrevo, cada vez mais. Escrevo para que não me atraiçoe a memória, para verter emoções e aprisionar o momento irrepetível numa película de filme fina, frágil, preciosa. Escrevo para poder eterniza-lo, ali, sempre à mão, para o rever quando quiser. Morro para me tentar esquecer e quando o faço parte sempre para longe algo de mim, que me é confiscado, que viaja com essa mágoa, com essa tristeza, abandonado às mãos do tempo, incontrolável, à deriva, longe da minha mão. Morro assim diluído, mas nunca parte tudo, apesar de morrer. Morro e escrevo, cada vez mais. Às vezes não escrevo o suficiente, outras, deixo-me morrer demais.
a itálico frase de um poema de Tiago Araújo
3 comentários:
Acho que todos passamos por essa fase em que nos deixamos morrer um pouco. Sim escrever ajuda a recordarmos uma parte de nós que por vezes nos parece distante. bjs
Escrever também pode ser deixarmos morrer um bocadinho de nós em cada palavra que sepultamos no papel. E isso (sabes?) não é necessariamente mau; cada pedacinho que vai morrendo, dá lugar a um outro que (re)nasce.
bonito.!
bjo
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