Quando tu tocas Chopin chove copiosamente. Chove o teu rosto e os teus lábios molhados, soltam-se beijos demorados, que deslizam na lisura dos cabelos. Chovem os teus olhos - luas guardadas nas pálpebras - arrepiam os teus dedos esguios, gota a gota, nota a nota, gota a gota. Choves, inteira, num eco molhado, escorrido duma estranheza longínqua, nem triste nem alegre, que assenta na pele numa maresia frágil mas intensa. Presa, colada, num movimento de bailarina suspensa no som. Quando tu tocas Chopin chove copiosamente. Chove e dançam sentidos numa água que faz cócegas e se mistura na própria sede. Na sede de te ouvir tocar.
6 comentários:
Há momentos perfeitos.
Parabéns.
Xin Xin
adorei!
bj,
Quase te ouvi a tocar Chopin e a chover copiosamente lá fora! :)
*Bons ventos
tocar chopin.... é nestas pequenas coisas que sinto falta de casa : do piano e de chopin!
E vai um mimo :)
www.ruelascruzadas.blogspot.com
Que texto tão bonito... É deliciosamente fluido.
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