Quando ficava triste gostava de se isolar num local movimentado. Sentava-se, invisível, a ver pessoas passar. E ali ficava, simplesmente, observando-lhes os rostos e movimentos, imaginando-lhes histórias, sonhos, felicidades e desilusões.
Quando ficava triste, olhava muitas vezes o céu: o silêncio no topo dos edifícios, a liberdade dos pássaros. Por vezes via uma formiga que queria ser pássaro e saltava, estatelando-se no chão, impiedoso. Outras vezes, via cigarras que se julgavam donas dos prédios, do mundo, não se apercebendo do poder dos dados birrentos, que lhes traçavam o destino num movimento.
Quando ficava triste, havia alturas, em que o que mais lhe custava não era ver o que via. Era constatar que não se via a si. Ali, naquela lágrima invisível.
2 comentários:
Olá,
Parabéns pelo Blog....gostaria de convidá-lo a visitar o nosso....minervapop.blogspot.com
Valeu!
Anselmo - SP
Não acontece tantas vezes? O que mais custa não é o que se vê, é o que se quer ver e não se vê...
XinXins
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