Não sou o meu nome
Não sou a minha idadeNão sou a minha voz
Não sou até, por vezes, o reflexo do espelho
Não sou um único lugar
Não sou passado ou futuro
Não sou partida nem chegada
Não sou transparente
Não sou, puramente, clássico nem moderno
Não sou um retrato aprisionado
Não sou o verso vorazmente consumido
Não sou a palavra despida, fugaz
Não sou o que tenho nem o que terei
Não sou de ninguém, às vezes, nem de mim próprio
Sou, talvez, um simples som de água
De água a correr, num final de tarde
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