Escrevi um texto teu. Daqueles que amo. De inicio ao fim. E me cortam a respiração. Escrevi-o com a lentidão da tua imagem invadindo o meu corpo. A tua imagem num mar interior. Batendo, com a tua voz de menina que tão bem me fez ouvir. Dentro de mim.
Escrevi um texto teu. Daqueles que são minha carne ou meu sangue. Escrevi-o para sentir o teu dedilhar de alma. Sem desvios. Sem enganos. Já que guardas as palavras. O poema do movimento das tuas mãos. Como se estivesse ao piano e me mostrasses o caminho dessa música magnética. Nota a nota. Passo a passo. Letra a letra. Revelando o teu percurso. Por onde passaste um dia.
Escrevi um texto teu. Daqueles que nunca me canso de ler. Mas que precisa do toque, do ritmo, para te aprisionar mais junto a mim. Pois a leitura já não chega. Perde parte da tua essência. E o mar da tua imagem sempre presente. Numa dança de palmas cardiacas. O teu cheiro impregnado na pele. A frescura dos teus lábios sussurando nevoeiros. Tudo isso no percorrer das teclas por onde passaste uma noite mágica.
Escrevi um texto teu. Daqueles que fiz meu. Daqueles que aproximaram de ti. Daqueles que nunca esquecerei. Daqueles que me assustam de tanto me dizerem. De tanto me tocarem. De tanto me chamarem.
Toma as minhas mãos e escreve com elas outro texto. Um texto teu. Um texto nosso. Estão abertas. Não vês?
2 comentários:
Mega UAU!
Simplesmente divino. Mais mais um texto pleno de luz....
É mesmo um gosto lê-lo...
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