Calor de luzes pela noite densa. Movimento que se esvai. Aos poucos. Arrefecido na sua eterna e lânguida espera de silêncios. O início fora talvez assim: de silêncios escuros. E era a noite quem melhor o lembrava.
A mesma realidade é infinitamente diferente, chegando a parecer repetida. Como um zoom fotográfico desfocando-se em pontos. Passando a assemelhar-se às células do próprio fotógrafo que lhe cede o dedo e o olhar.
Qualquer olhar já é passado. No tempo que leva à percepção. E não passa dum jogo de luz, que julgamos falsamente nosso.
Gostava desse desprendimento de posse do olhar por si só. De ouvir as artérias da noite sussurrarem-lhe ímanes. Sentir a sua presença aveludada a cada inspirar de ar frio. Tirar algumas fotos. Ténues tentativas de aprisionar essas danças invisíveis. Apenas perceptíveis em algumas noites calmas.
8.30.2008
Noites calmas
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