Como uma pauta tinhas duas claves marcadas suavemente no corpo. Escolhidas com uma mestria de diva, sem o mínimo desafino, que usavas como uma capa. Para te resguardares. Sempre o notara, no entanto, nas entrelinhas. Na tua pele, no teu cheiro, no teu movimento adiado. Para lá das palavras e das acções. Sempre te vira como que despida de corpo. Talvez fosse essa estranha sensação que te perturbava. A ausência temporária de camuflagem, o vazio da clareira. O propagar do eco. Amávamo-nos sem nunca o termos admitirmos. No silêncio incómodo da mais mortífera das doença. Sempre o soubemos. Sempre o negámos.
2 comentários:
Talvez não se possa oferecer o que não possui...Negação apaziguadora...menos dor..talvez seja mais fácil negar..
Grrr... se o arrependimento matasse, não?
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