12.12.2007

Mar revolto

Queria dizer-te o mar revolto que um dia aprisionei. Maré contida mas indomável. Bater incessante que sempre volta em busca de uma fresta de palavra para se libertar. Fome voraz de passado esquecido. Que sempre flui para ti.

No contorno dos lábios ondula esse mar. Ancorado. Depositando o sal e a espuma dos dias guardados. Levantando a poderosa tempestade que sempre se agita no silêncio profundo do nosso olhar.

De nada serve falar a este nível de abstracção. O mar é sempre vasto e incerto. Sem principio nem fim e eu já me habituei a ele. Revolto.

1 comentário:

Anónimo disse...

O mar não é mar se não fôr, pelo menos algumas vezes, revolto. Como a vida.

Assíduos do shaker

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