Queria deixar tudo. Esconder-se nas extensas searas, a perder de vista. Doiradas pelo sol. E bronzear a pele numa camuflagem perfeita. Lentamente. Deitado a olhar as nuvens, nas suas formas magníficas e imprevisíveis. Queria deixar tudo e partir no cantar de pavão colorido. Beleza ferida de asas cortadas e sossegar, na paz de uma árvore de magnólia. Parada no tempo. Queria deixar tudo e adormecer numa noite estrelada. Deixando, descuidado, correr pelas águas límpidas do ribeiro a memória quase cheia. Uma a uma, como folhas secas em direcção ao mar.
2 comentários:
Tudo vai desaguar ao mer. Sempre.
Mar, digo.
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