6.06.2007

Corpo

Se eu pudesse as minhas mãos faziam parte do teu corpo para sempre

Pedro Paixão


Os corpos encostados contra a parede. Um corpo sempre se molda a outro corpo. O corpo é um livro sagrado. Aberto, à espera de uma mão que estrangula o desejo. No esvoaçar de gemidos, entrelaçados. Nas bocas. O peso dos corpos esmaga o tempo em suor.

Trepadeiras de dedos, cabelos, sexos, lábios misturam-se na dormência desordenada de sentidos. Sem regras. Sem destino. Apenas entrega à dança dos corpos.

Os corpos deitados no chão. Um corpo sempre descansa noutro corpo, embalado na magia do quente do corpo a dissipar-se, pouco a pouco. Na lentidão do tempo que desperta.

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