11.10.2006

Néon

Movimento constante, ruído, automóveis. Partidas e chegadas temperadas por uma luz sufocante, com vida própria. Era a sua primeira noite em Hong-Kong e ainda não sabia responder ao porquê da sua escolha. Um lugar distante bastara, talvez, curiosidade inconsciente, pela urbe cosmopolita oriental, entregue pelos Ingleses à China, assim como ele se deixara entregar ao desconhecido, num fim do mundo onde não conhecia ninguém.

Saíra repentinamente e, acompanhado pelos seus pensamentos, passeava nas ruas entre letras indecifráveis, restaurantes com comida de sorteio, palavras sem sentidos. Seguia em frente atraído pelas luzes sem conseguir parar. De repente, um sorriso com a metáfora que também se lhe iluminara na cabeça: Não há luz ao fundo do túnel mas um túnel de luz onde nem o escuro se consegue vislumbrar.



2 comentários:

Miss Kin disse...

"Não há luz ao fundo do túnel mas um túnel de luz onde nem o escuro se consegue vislumbrar."

É pena ser uma luz vazia, uma luz q ilumina, mas q ñ O ilumina... Ou será q ilumina?

Dry-Martini disse...

Sou por natureza iluminado. Positivo e de espirito aberto. Nem tudo o que escrevo é necessariamente sobre a minha pessoa, como neste caso.
Quando está escuro e pretendo claridade acendo sempre uma vela. A vida é curta para ser passada na escuridão.

Assíduos do shaker

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