No enssurdecedor movimento da cidade era invisivel, mas intenso, o barulho que ouvia.
Por mais que se esforçasse não sabia a sua origem. E já a alguns dias teimava em permaner. Resistia, à vida na grande cidade, que habituara os ouvidos à indiferença. Sobressaía.
Na cidade que nunca dorme, o silêncio não existe, e até a luz parece ter um som, desviando o olhar e camuflando as estrelas no céu. Ele, maestro de renome, habituado às mais complexas melodias, não descortinava agora esse som e no entanto ouvia-o, com uma nitidez invulgar, como um chamamento. Nunca chegou a saber ao certo o que era esse som, talvez fosse a luz da consciência, que não se vê mas tudo ilumina. Mas desapareceu, assim como veio, de repente, no barulho das luzes...
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